Ando
pelas ruas
ao lado de todas as pessoas comuns
assim como eu
E
vejo que ali o incomum
às vezes emana
Como
plantas que brotam
dos trincados do concreto também,
Cantam
os cantores comuns
e das suas vozes vez ou outra
vibram poesias incomuns
Que
expõem sentimentos
que crescem nas fissuras
que todas as almas comuns tem,
É
o amor
É
o amor ainda
que floresce incomum
desde o fundo do coração...
Não
é comum encontrar
Mas
sua raridade atesta seu espírito
que provém de gestos de carinho
no meio das ruas da cidade
Por
entre o jardim de pessoas comuns
que ainda resistem
a se tornarem animais,
Por
mais comum que sejam
as pedras e os carros
O
incomum respeito pela vida
ainda anda perto dos pedestres...
Uma
canção & sua mensagem
Uma
voz & sua paixão
Uma
frase & sua recorrência
Um
raio de sol & seu momento
Uma
estrela cadente & seu instante
Um
gesto & seu carinho
Uma
flor & seu mistério
Uma
brisa & seu movimento
Um
gato & sua sonolência
A
relva & seu repouso
A
chuva & seu frescor
Uma
nuvem & sua distância
Uma
árvore & sua sombra
O
corpo & seu conteúdo
A
vida & sua verdade
O
poeta & seu silêncio
...
& ...
Todas
essas coisas neutras
que nos denunciam o comum
e abrem a raridade da transcendência
para além do banal
do bem & do mal.