29 de dez. de 2008

Retro.2008

-Kalkii sonha acordada:



- Paragens da janela para o mundo:

-Kalkii sonha dormindo:

Um Feliz 2009 a todos que na medida do possível possam realizar a simplicidade de permanecer e fazer realizar seus sonhos despertos & dormindo, como uma visão para a janela do futuro.






Anno Dominni

Depois de mais uma derrota do pensamento & da ação
só resta o refúgio na violência
na impraticidade da não resistência
que não me acalanta nem dói
como devia fazer pra adormecer.

No mesmo lugar
nos mesmos restos de lembranças
que me acusam do crime de não olhar
de procurar a desnecessariedade
do perdão do pecado imputado & herdado.

Ainda vive o bom
o bem banal que me reforça
no permanecer... mais um pouco
sem originalidade
Apenas compaixão, apenas medo.

Que se ergam os sóis de cada dia
eu estou só por mais uma órbita total
desse eclipse de degeneração
sendo que talvez a disciplina
me desse poeira de felicidade.

Vêm, acusador último da casa decimal simples
vêm logo para que a urgência me destroce
que eu pereça por falta de coragem & genialidade
Mas meu último suspiro ainda permitirá
uma súplica ao caos... & ao nada...

“Faça-me Estrela!”

13 de dez. de 2008

Diário Noturno

Nessa manhã

andando pelos caminhos das lesmas

traçados na noite quente E vendo com o olhar de morte

as folhas caídas

trazidas traídas ao chão pelo vento da vida

reflito sem espelhos sujos

os ensinamentos da noite passada...



onde um simples carta me emocionou

mesmo tendo ela sido escrita antes mesmo

de eu ter nas nascido...



onde uma canção me definiu

mesmo não tendo sido eu que a cantou...



A CANÇÃO:

Eu sou o Tenebroso,
o Irmão sem irmão,
o Abandono,
Inconsolado,
o Sol negroda melancolia
Eu sou Ninguém,
a Calma sem alma que assola,
atordoa e vem
No desmaio do final de cada dia
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
O samba-sem-canção,
o Soberano de toda a alegria que existia
Eu sou a Contramão da contradição
Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião
Pra traficar o meu futuro por um inferno mais tranquilo
Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que seráque me detém?
Eu sou o Poderoso, o Bababã, o Bão! Eu sou o sangue,não!
Eu sou a Fome! do homem que come na brecha da mão de quem vacila
Eu sou a Camuflagem que engana o chão
A Malandragem que resvala de mão em mão
Eu sou a Bala que voa pra sempre, sem rumo, perdida
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
Eu sou o Morro, o Soberano, a Alegoria
que foi a minha vida
Eu sou a Execução, a Perfuração
O Terror da próxima edição dos jornais
Que me gritam, me devassam e me silenciam.
(El Desdichado II - Lobão)
...
E a CARTA:



21 de Junho de 1960
Tempo Presente – Tempo Pressentido
Cargo American Express
Londres, Inglaterra

Querido Allen:
Não há nada a temer. Vaya adelante. Olha. Escuta. Ouve. Tua consciência ayahuaski é mais válida que ‘consciência normal’? ‘Consciência normal’ de quem? Por que voltar a ela? Por que está surpreso em me ver? Você está seguindo meus passos. Conheço vosso caminho. Sim, conheço a área melhor do que você pensa. Tentei contar a você mais de uma vez, comunicar o que sei. Você não ouviu, ou não conseguiu ouvir. ‘Não se pode mostrar a alguém algo que essa pessoa não viu.’ Hassan Sabbah citado por Bryon Gysin. Ouviu agora? Tire uma cópia desta carta. Corte ao longo das linhas. Rearrange e colocando a seção um no lugar da seção três e a seção dois no lugar da quatro. Agora leia alto e você ouvirá Minha Voz. A voz de quem? Ouça. Corte e rearrange em qualquer combinação. Leia alto. Não tenho escolha, a não ser ouvir. Não pense sobre isso. Não teorize. Experimente. Você quer ‘ajuda’. Aqui está. Aproveite. E lembre sempre: ‘Nada é verdadeiro. Tudo é permitido’. As Últimas Palavras de Hassan Sabbah, o Velho Homem da Montanha.

ECUTA MINHAS ÚLTIMAS PALAVRAS. QUALQUER MUNDO. ESCUTEM TODOS VOCÊS, JUNTAS SINDICAIS E GOVERNOS DA TERRA. E VOPCÊS, PODEROSAS POTÊNCIAS ATRÁS DA IMUNDÍCE COM A QUAL LIDAM, CONSUMIDOS EM QUAL LATRINA, PARA TOMAR O QUE NÃO É VOSSO. VENDER O CHÃO DE SEUS PÉS NÃO NASCIDOS. ESCUTEM. O QUE TENHO A DIZER É PARA TODOS OS HOMENS EM TODOS OS LUGARES. EU REPITO A TODOS. NINGUÉM ESTÁ EXCLUÍDO. GRÁTIS PARA TODOS QUE PAGAM. GRÁTIS PARA TODOS QUE PAGAM COM DOR.
O QUE OS AMEDRONTOU A TODOS NO TEMPO? O QUE OS AMEDRONTOU A TODOS EM SEUS CORPOS? NA MERDA PARA SEMPRE? QUEREM FICAR AQUI PARA SEMPRE? ENTÃO ESCUTAM AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE HASSAN SABBAH. OUÇAM, VEJAM OU VAGUEM PARA SEMPRE. O QUE OS AMEDRONTOU NO TEMPO? NO CORPO? NA MERDA? EU DIREI. A PALAVRA. SUA PALAVRA. EM VOSSO COMEÇO HAVIA O VERBO. AMEDRONTOU-OS NA MERDA PARA SEMPRE. SAIAM PARA SEMPRE. SAIAM DA PALAVRA TEMPO PARA SEMPRE. SAIAM DA PALAVRA CORPO PARA SEMPRE. SAIAM DA PALAVRA MERDA PARA SEMPRE. TODOS FORA DO TEMPO E PARA O ESPAÇO. PRA SEMPRE. NÃO HÁ NADA A TEMER. NÃO HÁ NADA NO ESPAÇO. ISSO É TUDO, TUDO, TUDO, HASSAN SABBAH. SE EU FOSSE VOCÊS, CANCELAVA TODAS AS PALAVRAS PARA SEMPRE. E AS PALAVRAS DE HASSAN SABBAH EU TAMBÉM CANCELO. ATRAVÉS DE TODOS OS SEUS CÉUS, VEJAM A ESCRITA SILENCIOSA DE BRYON GYSIN HASSAN SABBAH. ESCRITA DO ESPAÇO. A ESCRITA DO SILÊNCIO.

OLHE OLHE OLHE

AMIGOS MUCHACHOIS ATRAVÉS DE TODOS SUS CIELOS VEA LA ESCRITURA SILENCIOSA DE BRYON GYSIN HASSAN SABBAH. LA ESCRITURA DE SILENCIO LA ESCRITURA DE ESPACIO. ESO ÉS TODO TODO TODO HASSAN SABBAH.

VEA VEA VEA

Quando você volta? O método cut up está explicado em Minutes to Go, que já está a venda nos Satates. Vou te mandar um exemplar, mas para onde? George Whitman disse para você procurar seu velho amigo Silvester de Castro na Cidade do Panamá. Está relacionado com a sinfônica municipal e com a universidade. Hasta la vista, amigo.


O melhor,
William Burroughs
Por Hassan Sabbah
Adiante! Hassan Sabbah

P.S.: NINGUÉM DE SÃ CONSCIÊNCIA CONFIARIA NO 'UNIVERSO': ARRASTADO PELO ENGANO, OS MILHÕES FICARAM SOB OS SINAIS. QUEM JÁ PAGOU UMA MARCA A UM CHINÊS; A UM MACACO; A UM ANIMAL HUMANO? NINGUÉM, EXCETO HASSAN SABBAH." (in "Cartas do Yage" de W. Burroughs & A. Ginsberg - Ed. L&PM)