Nessa tarde aleatória
tudo que me aturde
Atordoa a estética dos loucos
sua arte alheia...
Pensamentos & recordações
fluídos do gracejo dos pássaros
e do ranger dos galhos das árvores
Farfalhar de folhas
aéreas & terrestres
Amém!
À sombra deste grande leque
Deste emaranhado
bordado de seiva & relva
necrópole de insetos
O sono dos justos me adormece
Abrindo os olhos para a porta
do “Armazém das Recordações” com
suas “portas sempre abertas”
Onde piso, calçadas de areia
& forro de poeira sem cheiro
Onde piso, o chão passeio
seco de pegadas esquecidas
Que passaram como as épocas
Agora leito desleixado
de seixos remoídos
& sevados para a venda, já comprados
Ao redor do Armazém porém
Crescem, já acrescidas
todas essas árvores
Sombras das copas, coroa de folhas
raízes do céu
o qual não nos deixa entrevê-lo
Melhor assim!
Troncos erráticos
eretos ou desviados de sua linha
Que esmaecem brocados
ao prumo do limo que impregna
E sulcos nas cascas
flor da pele ignorada
pelos que passam com olhares baixos
Tais troncos
enraizados no “outrora caos nu do chão”
Agora abrigam deste tudo verde
Que não é nem sim nem não
dos lamentos que então lhe sobem
Mas apenas sentinelas
dos lugares das mesmas sombras
À porta do Armazém
E por mais que se cravem
o desgosto do novo nas cercanias
E o circo dos jovens & comércio
& a fonte do mau gosto
O velho Armazém persiste
guardado por almas anciãs
Idosos corpos de matéria
cheia de brindes & lendas
O que acontece em volta é a luta
o adoecimento da ocupação dos espaços
Renegando ao passado
arrombando os tempos
O insano giro da Roda da Vida
Colméia de favos
cheios de cobranças
& necessidade de instar
Mesmo assim
o Armazém prospera em permanência
Encrave cheio no ontem
como árvores ermas
& suas sombras perenes
Lápide de uma idéia
que outrora era novo
E agora se lapida contra os novos
que arrogam a invasão
de sua vizinhança
Há de um dia, ou noite,
suas portas fecharem
Como fecha o ângulo
no prumo de qualquer torpor
Sem elegância ou charme
ignorâncias da novidade
Mas há de fechar
levando consigo, na sua ausência
as recordações de um mundo inteiro
que também se foi
Mas ainda ficará
no compasso desta mesma linha
As árvores & suas sombras
Contando em seu frescor
um dito de um tempo
onde ali sempre abertas
as portas
do Armazém das recordações
Deixava entrar & sair
sair & entrar
todo o nosso vendaval calmo
de reminiscências
lembranças de nada
Matéria orgânica de sonhos
que vez ou outra
nos inquieta & acolhe
simples...
atemporal...
destoando...
Uberlândia, 03/06/09 – 15:00h. – Pç. Ladário Teixeira
tudo que me aturde
Atordoa a estética dos loucos
sua arte alheia...
Pensamentos & recordações
fluídos do gracejo dos pássaros
e do ranger dos galhos das árvores
Farfalhar de folhas
aéreas & terrestres
Amém!
À sombra deste grande leque
Deste emaranhado
bordado de seiva & relva
necrópole de insetos
O sono dos justos me adormece
Abrindo os olhos para a porta
do “Armazém das Recordações” com
suas “portas sempre abertas”
Onde piso, calçadas de areia
& forro de poeira sem cheiro
Onde piso, o chão passeio
seco de pegadas esquecidas
Que passaram como as épocas
Agora leito desleixado
de seixos remoídos
& sevados para a venda, já comprados
Ao redor do Armazém porém
Crescem, já acrescidas
todas essas árvores
Sombras das copas, coroa de folhas
raízes do céu
o qual não nos deixa entrevê-lo
Melhor assim!
Troncos erráticos
eretos ou desviados de sua linha
Que esmaecem brocados
ao prumo do limo que impregna
E sulcos nas cascas
flor da pele ignorada
pelos que passam com olhares baixos
Tais troncos
enraizados no “outrora caos nu do chão”
Agora abrigam deste tudo verde
Que não é nem sim nem não
dos lamentos que então lhe sobem
Mas apenas sentinelas
dos lugares das mesmas sombras
À porta do Armazém
E por mais que se cravem
o desgosto do novo nas cercanias
E o circo dos jovens & comércio
& a fonte do mau gosto
O velho Armazém persiste
guardado por almas anciãs
Idosos corpos de matéria
cheia de brindes & lendas
O que acontece em volta é a luta
o adoecimento da ocupação dos espaços
Renegando ao passado
arrombando os tempos
O insano giro da Roda da Vida
Colméia de favos
cheios de cobranças
& necessidade de instar
Mesmo assim
o Armazém prospera em permanência
Encrave cheio no ontem
como árvores ermas
& suas sombras perenes
Lápide de uma idéia
que outrora era novo
E agora se lapida contra os novos
que arrogam a invasão
de sua vizinhança
Há de um dia, ou noite,
suas portas fecharem
Como fecha o ângulo
no prumo de qualquer torpor
Sem elegância ou charme
ignorâncias da novidade
Mas há de fechar
levando consigo, na sua ausência
as recordações de um mundo inteiro
que também se foi
Mas ainda ficará
no compasso desta mesma linha
As árvores & suas sombras
Contando em seu frescor
um dito de um tempo
onde ali sempre abertas
as portas
do Armazém das recordações
Deixava entrar & sair
sair & entrar
todo o nosso vendaval calmo
de reminiscências
lembranças de nada
Matéria orgânica de sonhos
que vez ou outra
nos inquieta & acolhe
simples...
atemporal...
destoando...
Uberlândia, 03/06/09 – 15:00h. – Pç. Ladário Teixeira