Tal noite
passei em horas já escuras
colhendo o lixo dos canteiros das ruas
terrenos baldios, esquinas abandonadas, muros sem porquês
E reguei com lágrimas & suor
os espinhos acesos & eretos
das plantas soturnas
para podar dos passeios
intempéries de afinco & embriaguez
Por entre cães & gatos
que reviram o lixo
passei como igual limo
Fera obsoleta
Na noite vespertuna
por entre o sono dos pardais
& a vigília dos seios abandonados
Pelas ruas
através das trilhas dos bares abarrotados
no caminho que cala a vontade imensa
Com o álcool das ilusões
eu posso sentir
o silêncio para além dos medos
Silencio o som das casas de família
que esperam mudas o dia chegar
& a véspera de carnaval passar
Porém... então... todavia... pois...
irrevogavelmente
lá vem o Carnaval
Varrendo o lixo das ruas
levando consigo
para debaixo de luxuoso tapete
os pobres, as putas, os nus, a lei policial, as drogas
a moda, delírio, gozo, choro, rancor
Alienação ou libertação?
Vespertina espera libertina
Chegou...
15 de fev. de 2010
1 de fev. de 2010
Série Poemas Imaginados & Imagens Poetizadas
Três Árvores
Troncos que se contorcem
como corpos em paixão
de ser dois & ser um
compenetração
Árvore
Como gente de pernas para o ar
Doando ao céu
Suas genitálias expostas
E longe, nos recantos do descanso
A grande árvore sabia
Com sua armadura de cipó
Como a predizer de lonjuras
O encontro de um dia
Onde as máscaras caem.
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