Então
nesse dia descobri
que não faço mais parte
daqueles lugares que outrora frequentei
Eles
não me pertencem mais
& felizmente
eu não pertenço mais à eles também...
É
que depois de um grande exílio
eu fui lá para me entregar àqueles mesmos
lugares
Fui
oferecer-me como oferenda
em troca de um pouco de companhia
Mas
eu não coube lá mais...
Agora
sou de fora
Já
pertenço àqueles limites de onde a lua desponta
Pertenço
às paragens da cidade
onde só inquieta a quietude
& o neon & o riso inebriado
dá lugar à festa da aurora
& à mansa escuridão de todo
entardecer...
Adeus
de vez centro da cidade
Adeus
de vez sedução frívola
das frestas do asfalto e do batom barato
Já
sou solidão completa
Não
mais procurarei
venenos industriais
Não
mais chorarei
rindo fácil uma vaidade...
Olá!
Eu mesmo!
Companheiros
exilados
Saudações
definitivas
estradas às longitudes!
Senda
do amor fati
Da
qual respiro poeira
que compõe minha obra
Uma
poema pesado
o qual tesa o cabo de aço
sob o qual funâmbulo
Abismo
humano
sobre abismo mundano!
Sorri-me
demônio
Sorri
ao amor fatal
Que
de lá donde surge o sol aurora
& a lua senhora em véus de nuvens sertão
Também
vem a tempestade
que lava as ruas do centro da cidade
com a paralisia da saudade que não vou
mais ter
Lavando
o que foi um dia
meus passos mais errantes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário