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ontem a vi
com
a máquina macia do seu corpo
que parecia-me dura
caminhando pela rua...
é
a dureza da distância
a rigidez da realidade
se esticando sem nunca romper
enquanto
vais...
desfilava
por entre o tempo
que levou esses olhos para te reconhecer
penetrando lenta espaços até
desaparecer...
é
a dureza dos meus sonhos
a rigidez do consolo que erijo
se dilacerando em prazeres sem gosto...
toda
querência se resume
em um mudar de calçadas
para evitar males menores...
foi-se
você
maciez rígida
ereta erótica
para
as margens do tempo/espaço
onde não piso mais...
ela
não mora mais por ali
ela é só uma visita na minha visão
agora assombra as ruas de meu coração...
único
lugar
onde ainda te encontro.