A
beleza da finitude é ter começo & meio & fim...
A
sedução da finitude é fazer sentido.
Como
deve ser triste o Infinito,
me compadeço do Cosmos, do Deus, dos
estúpidos,
por não conhecerem limites,
esses monstros devoradores...
Escarneço
dessas mentiras:
a
felicidade, a paixão, a evolução, a liberdade,
de todas as lacunas aparentes não percebidas
no raciocínio,
de toda nudez explicita censurada,
de todo mal que vem para o bem & os
remédios amargos,
infinitos de ignorância...
Singularidades
no meio das galáxias, absurdos lógicos,
algoritmos de visualização,
anjos sobre o céu do mundo,
perdão dos pecados,
a santidade no começo da eternidade...
Amo
a imperfeição, a exaustão, a entropia, a fome & a saciedade,
essas rotas de colisão,
esse caos origem de toda criatividade,
que há de cessar, sem não antes nos salvar,
justificar a dor & esse suportável
existir...
Amo
& digo ‘sim’ a essas coisas que nunca são sós,
o corpo, a visão, a embriaguez, o beijo,
que sempre precisam do outro para acontecer,
& acabam para se repetirem...
Esses
‘quase nada’ que são ‘quase tudo’
o rastro do esforço,
a astucia, a malicia, o prazer, eu &
você,
refinamentos...