["Extras Órbitas": obra de Emanarte de uma palavra só & muitas imagens: 'Extr@rbs']
I
Órbitas extras apontadas no eclipse permanente do Sol com a Imaginação.
Só de muito alto se vê essas órbitas se abrirem, como rotas de rompimento com a realidade.
Elas descendem, descem & se instalam dubiamente na mente, possuindo pensamento, visão, palavra & toda uma sinestésica des-formação deste corpo-sem-órgãos.
Cada sentido foi substituído por uma apreciação obscura, uma imersão de influência complexa para além da realidade gratuita.
Tudo se dissolve & se refaz, o real foi feito para ser negado, redefinido, superado... Essa é a lida do ser humano com o tempo-espaço, onde emana a pulsão da Criatividade: insatisfação suprema com o dado, rumo ao Além-humonstro: Vultur!
Assim o próprio Sol se torna outra mensagem (men-sage), torna-se uma "extrela", que emana o apelo ao "Sol Negro", o qual nos ilumina/obscurece...
Tal conjunção sideral revela uma "data" fora do tempo graças ao influxo de novidades: asteróide-nave, eclipse lunar, aproximação de Vênus, chuva de estrelas, alinhamento de Júpiter, vulcões, tsunamis, profecias, tragédias... Uma data sideral fora do Eterno Retorno! Um Roto!
II
Talhar então palavras nas imagens... Atalhos analógicos entre a visão & a imagem, trazidos de lugares mais claros, cegantes, dos tempos de escola no jardim do Éden (onde fomos aprisionados):
•não gravita mais nas lembranças as cores & suas nuanças...
•perdidos & achados dentro do real & do imaginário...
•black-out, black-in...
•in-satis-fazer, des-fazer, re-fazer...
•visita, evita... vê, vá...
•des/via/jar em uma extra órbita na senda ereta da luz da extrela...
•extrela obscura onde não orbita a cor/ação...
•instantes reais em fuga, as cores
refrataria luz, Meia-Noite nos olhos
Inverno Verão...
•só o real é instante, só as cores descolorem & a sombra não assombra...
•extra-órbita no trâmite da visão, luz submissa à imaginação...
•visionária aleatória o que só a calma enxerga...
•& o instante grão de realidade que abandonamos no ar entre o futuro & o passado...
•refazemos a própria i-realidade, na mito-poieses existencial...
•crear um mundo é um ato de cegueira...
•pelas redondezas circulamos na rota das possibilidades...
•assim rompemos o exílio...
III
Usando o velho disfarce
voltamos o mesmo
& outro...
Outras órbitas... Outros centros de gravidade... Outros eclipses... Outras colisões...
Como as galáxias,
Há em nós mesmos órgãos
inconscientes do que fazem...
Rumamos de um lado para outro
achando que somos algo
mas é só a luz... & a sombra...
Uns brilham,
Outros afundam,
Alguns equilibram
todas essas mentiras...
Todo morto sabe algo da vida
que os vivos não sabem
Que a vida é destruição...
Disso os vivos sabem
aos poucos, como órbitas,
movimento, vibração
que o contrário da vida não é morte
É dançar!
(& sendo o contrário da vida
É também da morte!)
Lança na outra órbita
Chance extra, outras rotas
Mais do que voar sobre abismos
mais do que chegar no nada
Agora
Dançar uma nova dança
com a vida & a morte
Desfazendo-as!