22 de fev. de 2021

Nova Cultur

 

Desfila aquém do consciente
imagens inexplicáveis
   como palavras impossíveis de se dizer
      em qualquer língua conhecida...
Urdiduras plasmáticas
desafogadas de dentro de um sonho
    que se materializam no impacto
      entre o que dorme & o eterno indisposto
         do que não descansa...
São presságios dos tempos
violações do espaço
   gritos da violação da inquietude
       que desperta & quer destruir
         o que há de falso...




14 de fev. de 2021

À flor de fevereiro...

 

Vamos comemorar
   o carnaval
de quem não gosta de carnaval...
Gente que não gosta
   não goza
não...
Vamos celebrar
    sacrificar
festejar
    tornar santo, ético, moral
as rugas por falta de orgasmo;
& o vinho tinto
   tornado vinagre
       para que não se consuma
a carne, a calma, a alma
   enrugada por falta de algo
      alegria,
Que mesmo vã
   é fruto de empatia
     com tudo que extravasa
& não entrava
    a liberdade da vida alheia;
& ao doce perfume
   da flor de quase todo fevereiro
   destilado com o ocre odor
        de todo um consciente preconceito,
Pular também
    os cadáveres vivos
que de raiva choram em seus 'amém'...
Para além & além
    não sabem, não sambam
Não portam, não suportam
   tudo que é impossível reprimir
      nesse vai & vem...



8 de fev. de 2021

Sal... Memória...

 

Tempo perdido... em forma de saudade
Nada se recupera... nada se cria
com a falta das coisas...

Esperar a tarde... acordar cedo
Ciclos rompidos... corrompidos com lágrimas
& aprofundar na ida sem volta...

Mas há alegria... dentro de cada choro assim
Melhor ter vivido... do que nunca acontecido
tudo na vida tem seu preço de morte...

Tempo ganho... em vazio de presença
Tudo ainda está aqui... tudo se recria
memória & acontecimentos...



1 de fev. de 2021

Ano I do Vírus

 

Um ano
de grande silêncio
Quando escutei pela primeira vez
o ruído branco das ruas...

Roncos nos céus
quietude nas noites
dias fechados
O tempo da pandemia...

Um ano
de medo & sonolência
Desespero transmutado em não-paz
em que o mundo mergulhou...

O impensável
não vislumbrado ou pressentido
fim dos dias
que começou...