21 de jun. de 2012

O Último Inverno


Penetre com a visão
   no cerne do espírito dessa época...
E veja:
Vivemos o momento
   de um grande embate psicológico,
Ao longo do último século
   a tensão vem aumentando.
E como só tardiamente
   as idéias criam raízes
      na alma humana;
Assim, nossos ovos de serpentes
   são cultivados
      nos ninhos aconchegantes
         de nossa luxuriosa civilização.
Quando elas saem de seus frágeis ovos,
   elas nos mordem
      injetando seu veneno que agradecemos
         como dádiva dos céus midiáticos...
Agora pois,
   se escancara diante nossos olhos embriagados de diversão
As questões ecológicas
   às quais devemos resolver.
(Mas... somos cegos eufóricos
   que cultivam uma granja de serpentes
      na beira de um precipício!)
Porém, paralelo às questões ambientais,
Vivemos também em um momento
   onde urgem muitos outros fatores
      que vem cobrar seus ajustes históricos...
Por isso:
Enquanto cuidamos dedicadamente
   de nossas unhas & cabelos,
Enquanto nos divertimos
   com jogos de violência,
Enquanto nos preparamos
    para festas esportivas,
Muitas coisas absurdas acontecem
   no cotidiano das massas
      que acham que vivem
         na liberdade democrática,
            financeira liberal.
Veneno de serpentes!
Pois que agora
   a tarefa que temos que realizar
      é monumental,
Algo da proporção de uma guerra mundial:
   os despertos vs. os sonâmbulos vs.
      os bens sucedidos vs. os fracassados...
Ao que a humanidade excluída cobra a conta!
Algo da magnitude do Apocalipse:
   os vivos vs. os mortos vs.
      os maus vs. os maus...
Ao que o bem recolheu-se!
Este é o momento
   da criação de uma verdade,
Este é o teste para nosso crescimento.
O momento
   em que por força
      um novo tempo iniciará!
“Bem aventurados os que tem fome & sede de justiça,
   pois eles serão saciados!”
Preparem-se!
Pois tremores maiores estão a caminho
   para saciar seus temores tão bem cultivados!

16 de jun. de 2012

Fundo de Quintal


Seja bem vindo meu irmão
À essa casa simples, vêm...
Ela é igual nosso coração, vê...
Aqui é como o amor de Deus, crê...
Sem disfarces, sem mentiras, sabe?...
Nossa casa é o que é
   aberta & aconchegante, achegê-se...
Pois aqui há muito mais.

Aqui tem muito mais meu irmão
Toda essa humilde simplicidade é só uma parte
Que visto ao todo parece o reino de um povo sábio
É que no fundo do quintal meu irmão
   está plantado um tesouro
Nesse chão cercado & zelado
   brota também o que enriquece nosso coração.

É porque meu irmão
São os fundos de quintais que sustentam o mundo
Assim como é no fundo da alma
Que o quem realmente importa
Pois o lugar que Deus gosta de habitar
   é na pobreza de espírito, é na grandeza de coração
Assim como a maior das sedes pode ser findada
   com um simples copo d’água fresca.

É no fundo de quintais meu irmão
Que crescem os alimentos mais caros, na graça...
É ali que brotam as flores mais queridas, em carinho...
E nos recantos as aves fazem ninho, acima do chão...
Nesse lugar humilde de nosso lar
   é onde se mostrar a grandeza de toda união
Vêm & fica meu irmão
Nesse encantar.


1 de jun. de 2012

Do Novo Amor ou Do “Amor Além”

...
Tudo já foi dito acerca do Amor...
Amantes, padres & pastores, os loucos & os carentes
   já falaram sobre ele.
Alguns o experimentaram
   na forma de ardor,
Outros na forma de paixão,
Alguns na forma de furor,
Outros na forma da benevolência.
Em suas carências próprias
   deram ao Amor a proeminência de Deus,
   & deram ao Amor a procedência do Diabo.
Ele caiu no gosto popular
   em romances, poesias & novelas...
Fez carreira na vida religiosa
   em exortações, jejuns & êxtases...
E então... mataram o Amor!
O gastaram no decorrer da História
   ao ponto de a palavra ficar usada & feia,
   ao ponto de sua ação ser uma vergonha,
   ao ponto de o clamarem como um ódio bom,
   ao ponto de o confundirem com sexo,
   ao ponto de o declarar cair no banal...
Sentimos então que precisamos pois fundar um Novo Amor,
   ou melhor, resgatar seu sentido primordial.
Temos que revitalizá-lo
   & fazê-lo renascer em nossos corações insípidos
      em sua forma original.
Pois ainda hoje podemos perceber & realizar
   esse caráter imanente do Amor;
Já que ele hoje ainda emana no carinho,
Já que ainda hoje ele é percebido na caridade,
Já que hoje ele ainda é procurado pelo nosso espírito.
E o próprio Amor quer renascer,
Ele mesmo se impõe a urgência
   de novamente estar lá,
      onde ele deve realmente estar,
         onde ele jaz em quase solidão
            se não fosse ele ser Amor,
Não lhe cabendo coisa distinta
   do que hoje em solidão
      ele ser procurado & lá encontrado,
         pois é desde essa alta profundidade
            que ele finda toda solidão.
Sendo essas as palavras finais para esse velho & gasto Amor...
Pois que no interlúdio para esse Novo Amor
   há de se renovar antes também toda a humanidade.
Com o reavivamento do Original Amor
   há de nascer novos homens & mulheres
No quando todos chegarão a cogitar
   que o Amor mesmo quis se desgastar,
      por ele ser mesmo Amor.
Ainda dirão os loucos & os especialistas:
  “ -Só podia ser assim!”
Desconhecendo como sempre do Amor,
Pois este é filho primeiro da Sabedoria,
E em sua imanência
   o amor desceu ao mundo & a tudo abraçou.
Do que foi dito para nossa alegria:
   “-E ele viu que era bom!”
Pois outrora, nos tempos concluídos das usuras do Amor
   pelo exercício parcial da reflexão egoísta & carente dos humanos
      o Amor foi lançado ao status de Deus,
Justificando assim todas as próprias paixões criativas dos homens.
& a relação que os homens & mulheres quiseram ter com o Amor
   foi uma relação de Fé,
& a fé habita no limite que há
   entre a ignorância & a inteligência.
O Amor ficou funambulando nesse limitado fio da navalha!
Logo ele, que a tudo acolheu em aconchego,
Logo ele, que a tudo quis extrapolar dos limites,
Logo ele, que, é & será plenamente Amor.
Ora, pois que Amor é “Sem Morte”
& seu renascer quer nos relembrar
   de toda a eternidade.
Ora, pois que Amor é “Não Limite”
& ele é sempre “Além”
   & mesmo alem do além...
Sendo-o para o antes & para o depois,
Ilimitando-se também ao tempo,
   ao bem & ao mal, ao bom & ao ruim,
      & ao espaço, às distâncias.
Ele é novamente assim fiel à si,
   à sua verdadeira origem,
      sem começo nem fim,
         seu descomeço & seu desfinal,um desenlace,
            como convém a todo verdadeiro Além.
& agora, nesses novos tempos
   pelo exercício da mediação plena da consciência humana
Chegamos à sabedoria
   que por ser além há sempre mais no Amor,
      nunca se esgotando,
         sempre se reinventando,
            sendo ele mesmo um Mais...
Além da dor,
Além da mentira,
Além do pecado,
Além do ódio,
Além da perversão,
Além da estupidez,
Além da separação,
Além do ciúme,
Além do preconceito,
Além de toda bondade também...
Além... além... além...
Mais coragem,
Mais prazer,
Mais entendimento,
Mais sentimento,
Mais união,
Mais afeição,
Mais zelo,
Mais bondade também,
Mais... mais... mais...
Estando tudo isso, pois também o que está em sua proximidade:
   a Liberdade & a Verdade,
Sendo desses o Amor sustentáculo.
O Novo Amor,
Esse Amor Renovado,
Esse Amor Revivido,
Esse Amor que é perdão,
   que é paciência,
      que é humildade,
Esse Amor que Amorosidade
   & é Expansão...
O sempre “Além...” em nossos corações.
Pois o que há mesmo além do Amor?
Amor Além.