...
Tudo já foi dito acerca do Amor...
Amantes, padres & pastores, os loucos & os carentes
já falaram sobre ele.
Alguns o experimentaram
na forma de ardor,
Outros na forma de paixão,
Alguns na forma de furor,
Outros na forma da benevolência.
Em suas carências próprias
deram ao Amor a proeminência de Deus,
& deram ao Amor a procedência do Diabo.
Ele caiu no gosto popular
em romances, poesias & novelas...
Fez carreira na vida religiosa
em exortações, jejuns & êxtases...
E então... mataram o Amor!
O gastaram no decorrer da História
ao ponto de a palavra ficar usada & feia,
ao ponto de sua ação ser uma vergonha,
ao ponto de o clamarem como um ódio bom,
ao ponto de o confundirem com sexo,
ao ponto de o declarar cair no banal...
Sentimos então que precisamos pois fundar um Novo Amor,
ou melhor, resgatar seu sentido primordial.
Temos que revitalizá-lo
& fazê-lo renascer em nossos corações insípidos
em sua forma original.
Pois ainda hoje podemos perceber & realizar
esse caráter imanente do Amor;
Já que ele hoje ainda emana no carinho,
Já que ainda hoje ele é percebido na caridade,
Já que hoje ele ainda é procurado pelo nosso espírito.
E o próprio Amor quer renascer,
Ele mesmo se impõe a urgência
de novamente estar lá,
onde ele deve realmente estar,
onde ele jaz em quase solidão
se não fosse ele ser Amor,
Não lhe cabendo coisa distinta
do que hoje em solidão
ele ser procurado & lá encontrado,
pois é desde essa alta profundidade
que ele finda toda solidão.
Sendo essas as palavras finais para esse velho & gasto Amor...
Pois que no interlúdio para esse Novo Amor
há de se renovar antes também toda a humanidade.
Com o reavivamento do Original Amor
há de nascer novos homens & mulheres
No quando todos chegarão a cogitar
que o Amor mesmo quis se desgastar,
por ele ser mesmo Amor.
Ainda dirão os loucos & os especialistas:
“ -Só podia ser assim!”
Desconhecendo como sempre do Amor,
Pois este é filho primeiro da Sabedoria,
E em sua imanência
o amor desceu ao mundo & a tudo abraçou.
Do que foi dito para nossa alegria:
“-E ele viu que era bom!”
Pois outrora, nos tempos concluídos das usuras do Amor
pelo exercício parcial da reflexão egoísta & carente dos humanos
o Amor foi lançado ao status de Deus,
Justificando assim todas as próprias paixões criativas dos homens.
& a relação que os homens & mulheres quiseram ter com o Amor
foi uma relação de Fé,
& a fé habita no limite que há
entre a ignorância & a inteligência.
O Amor ficou funambulando nesse limitado fio da navalha!
Logo ele, que a tudo acolheu em aconchego,
Logo ele, que a tudo quis extrapolar dos limites,
Logo ele, que, é & será plenamente Amor.
Ora, pois que Amor é “Sem Morte”
& seu renascer quer nos relembrar
de toda a eternidade.
Ora, pois que Amor é “Não Limite”
& ele é sempre “Além”
& mesmo alem do além...
Sendo-o para o antes & para o depois,
Ilimitando-se também ao tempo,
ao bem & ao mal, ao bom & ao ruim,
& ao espaço, às distâncias.
Ele é novamente assim fiel à si,
à sua verdadeira origem,
sem começo nem fim,
seu descomeço & seu desfinal,um desenlace,
como convém a todo verdadeiro Além.
& agora, nesses novos tempos
pelo exercício da mediação plena da consciência humana
Chegamos à sabedoria
que por ser além há sempre mais no Amor,
nunca se esgotando,
sempre se reinventando,
sendo ele mesmo um Mais...
Além da dor,
Além da mentira,
Além do pecado,
Além do ódio,
Além da perversão,
Além da estupidez,
Além da separação,
Além do ciúme,
Além do preconceito,
Além de toda bondade também...
Além... além... além...
Mais coragem,
Mais prazer,
Mais entendimento,
Mais sentimento,
Mais união,
Mais afeição,
Mais zelo,
Mais bondade também,
Mais... mais... mais...
Estando tudo isso, pois também o que está em sua proximidade:
a Liberdade & a Verdade,
Sendo desses o Amor sustentáculo.
O Novo Amor,
Esse Amor Renovado,
Esse Amor Revivido,
Esse Amor que é perdão,
que é paciência,
que é humildade,
Esse Amor que Amorosidade
& é Expansão...
O sempre “Além...” em nossos corações.
Pois o que há mesmo além do Amor?
Amor Além.
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