3 de ago. de 2012

Vésper

Tenho acordado cedo
Quando a noite ainda vem se levantando
Quando ainda falta muito da noite para ceder...

E tenho visto, enorme,
A Estrela da Manhã, tão bela, tão ela
Lá, rumo ao nascente...

Mas tenho sido usurpado em perigos
Constantemente pelas madrugadas secas
Pelo ar, pela água e por traições de deuses cegos...

Abandonam-me covardemente
Minha coragem e minha fé
Em um breve sinal de sonhos maus...

Ao que me sobra tão só a raiva, a melancolia
E os programas ruins da televisão
Para me acalmarem até o sono sôfrego voltar...

Vou te dizer, vou falar bem alto:
Vou no rumo da Estrela da Manhã!
Que por esses dias enorme está quando olho janela afora...

No seu seio vou me deitar
Em delírios siderais em sua luz de esplendor
Nela vou me acalmar, vou acalmando...

Estrela da Manhã
Bailarina vespertina
Kypris transmutadora de todos os males...

Matutino é o teu fulgor
Matutino é o teu cantar
Esperança matinal de ao dia chegar...

Pois ela além dos pesadelos porta a calma
Pois ela além do medo comporta a alma
É tu que porta e comporta na calma da alma... a Aurora...



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