Lua matutina,
por entre a cortina de nuvens vaporosas
derrama opaca em atmosférica cascata
uma difusão em azul & prata...
Não há, em toda essa visão,
nenhuma intermediação banal...
(muito
menos qualquer qualificação virtual)
Acampados na esquina
Cães dolorosos,
todos dilacerados pelo abandono
pela fome & pelo cio
Miram seus olhos mendicantes a fio
para a lua diuturna
& por dentro latem
adornando uma antiga selvageria...
(que
não os fará cães da mata de novo)
E nas vésperas irritantes
dos dias de folia dos imbecis
Avançam como ondas
nas praias da euforia das hienas
os hits que se calam
Sobre o som da fúria das tragédias que
virão
chuvas de verão da lua involutiva...
(banhos
ao luar que lá não estará)
Virá o verão
& então verão & ouvirão
O que vem, o que anda, o que erra
Ouviremos..., ou ver iremos,
a tristeza que dança & canta
Toda essa inconseqüência
na freqüência da lua que se esconde
em plena luz do dia...
(como
se o próprio dia fosse o véu de nossas vergonhas)
.
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