13 de nov. de 2015

Aurora: em penhascos & horizontes


A aurora com seu voo de coruja
   crava na borda do horizonte
      seu ninho de luminescência...

A aurora com suas asas de mariposa
   adentra a noite arrancando do escuro
       a dádiva de lúmen que a consome,

A aurora com seu canto de cigarra
   ruge nos ouvidos dos adormecidos
      o zunido do alvorecer.

Vaga-lumes & lumes vagos se escondem
   junto com as estrelas e meteoritos
      atrás do orbital véu azul transparente,

Estranho canto...
Estranho esvoaçar...
Melodia de pranto...
Rasante encantar...
Charnecas no precipício
    que o novo dia escala...

Agita tuas asas áureas
   & dispersa a escuridão
      na revoada dos pássaros
         que vem te devorar,

Arraias celestiais & morcegos notívagos dissolvem-se
   junto com cada pecha de pez do céu inescalável
      guardando os mistérios dos sonhos uranianos...

Abra os olhos dorminhocos,
   que lá fora o sol imóvel se levanta...
É o mundo que gira, é você que se curva
   no encrave de mais um dia...

Aurora, Coruja de Minerva
Algoz da madrugada
Vem & vê
   o dia que passou,
Inaugura um novo tempo novo...

Corujas, mariposas, cigarras, vaga-lumes & estrelas vão dormir
Enquanto a aurora tira de perto tudo que é de se despertar...
Indo para longe penhascos & horizontes.



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