Nas lembranças
o agora & o antes sobrepõem-se
o depois, nunca visto, é a fonte do tempo
No tormento sem dor que é esquecer
há uma espécie de contentamento
em saber o que os outros não sabem
Compartilhamos a fonte deste não saber
mas cada um bebe a própria individualidade
o estar em um lugar que é só seu
Procuro, no silêncio do tempo
que corrói, que desgasta, que a tudo muda
o anúncio do descanso
Se recordar é saber
esquecer é uma graça
em um mundo onde só há opiniões
Para saber algo
temos que esquecer outra coisa
& assim sucessivamente se ergue o muro da realidade
Eis que já anunciaram o descanso
o ócio da memória
& o muro se dissolve
A verdade será esquecimento
& recordar não terá perdão
do tempo que se perdeu
Não mais recordamos nem esquecemos
tudo é repetição do melhor possível
& estamos aqui somente para rever
Ver ou entrever, opiniões &
submissão
quem produz saber
controla tudo pelas ideias que copiam
Eis que vimos a revelação, rever...
revelar...
& partimos de volta ao lar...
Esquecer é escapar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário