Grafei lembretes
nas partes soltas
de um ramalhete despedaçado
de rosas colhidas
no fim de tarde
sob a ventania
Quando a lua cheia
cruzou todo o dia
vazando marés...
Escrevi notas
avulsas & imediatas
de gostos, trancos
& barrancos
que deslizaram
das glebas soltas
de jardins à beira de abismos...
Anotei desmoronamentos
em pétalas soltas de rosas
que começavam a ressecar
Cravei runas distorcidas
kanjis hereges, palavras bárbaras
hieróglifos eróticos
Lembrando você
lembretes de você, seus, céus!
As formas que lembrei
& não queria nunca esquecer
A cor dos olhos, a hipérbole das pálpebras
o gosto da buceta, o peso dos seios
A forma do vinco
ao rumo que escorre teu gozo...
Notei isso tudo
em suscinta ata que ata a lembrança
Por entre os mínimos espaços
de folhas caídas
espinhos tortos, caules verdes
pétalas esvoaçadas
prepúcio de pleromas
em cores esvanecentes
com memória de perfume
suor de primavera
& texturas de sedas
Notas de um submundo
chamado Ana...
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