5 de out. de 2021

Shakti

 

Sobreviver à própria vida
   estando inconsciente ao jogo
      cruel & banal
         do cotidiano...
(Ela mergulha cega
   em cada renúncia,
   em cada peso sobreposto
   na apreensão ao acaso
   de ser quem é...
& dispersa
   inconsequente
   em si
   não se reconhecendo...
Eu sou atraído
   como matéria morta
   pelo buraco-negro
   no centro dessa confusão galática...)
Eu imagino, só me deixo levar
   pelas colisões aleatórias
      que formam um novo drama
Um antigo novo drama
   no repertório casto
      do eterno-retorno...
& releio as memórias
   redefinindo o presente
      eu caio
         na dança-tonta da realidade...
& remassacro
   velhas falhas
      nas quais estou em repouso
Na velocidade estonteante
   do espaço em que se percorre
      abaixo da luz das estrelas
Repasso lugares diferentes
   & sorvo do Corpo de Glória
      conspurcado de outra mulher...
Todos no mundo
   estão doentes
      insanos casos sem cura
         causados pela existência
Mas ao me alinhar à você
   busco a imensidão do erro
      que sou chamado a corrigir
          dentro & fora
              deste todo nosso
                  Kali-Yuga.



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