A vida é preencher espaços vazios
com coisas meio vazias
Entre um ato & outro
abismos cheios de nada
Saltamos de morte em morte
com um grão de vida
& semeamos esperanças
que crescem contra a gravidade
A vida prospera
em direção ao seu fim
& dentro de todo caos
pensamos achar sentido
Caímos na tentação
de encontrar felicidade onde tudo é dor
Ignorando que a dor
é um sinal de dificuldade
Cultivando o buraco aberto no peito
parte de carência, parte de saudade, parte encontro
Nossa ferida que não cicatriza
sangra nossas ilusões bem cuidadas
Nos tornamos mais vazios
enquanto achamos estar aprendendo
Seguimos em frente ou para trás
somos essas coisas meio vazias no centro de nada
& finalmente
um sonho ruim nos acorda
& eternamente
imaginamos um sonho melhor
Não falhamos
nem conseguimos
Somente nos encaixamos
nada dentro de nada, é assim que somos
Para o amor
não conhecemos o nada do esquecimento
Do amor
preencher o nada com vazio
Ao amor
só brincadeira, passatempo
Até ser
nada também...
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