Foi de novo
que eu estranhei a mim mesmo
Devorando o mundo
& não guardei o mapa
por onde passei os dentes
Cardápio geográfico dos corpos
com quem fiquei, o gosto na mente
Perdido, achado
eu comia a vida
tendo ou não gosto
Saboriei
pele, músculo, pelo, rosto
Almas & traumas
do nunca sei onde pôr
Os restos de todo topor
Então veio você
coisa mais estranha que eu
Meu deu de bandeja
o que não queria comer
Teu pomo mais duro
macio entre as pernas
Eu mordia cada pedaço de ti
& guardava nas vísceras
O que queria para mim
Mordendo engolindo
um corpo me tornei dois
Já era mais
estranho do que nunca fui, findo
Seu sacrossanto monte de carnes & ossos
virou meu suporte, minha morada, cozinha
Sua forma & lembrança
minha azia
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