A multidão concorda em só uma coisa:
-Há leis a serem obedecidas!
Mas ninguém respeita a lei do outro...
& o Leiviatã, acima de todos,
defende a ordem à serviço de poucos,
os inúteis, usurpadores, os piores!
Nós aqui, no fundo do poço
Com nossa lei de amor & vontade
passivos na cadeia alimentar social
Corremos de um lado para o outro
com a cara & a voragem
& a bunda de fora
Atrás do pão amassado pelo diabo!
Multidões seguem ainda para o abate
Manadas, cardumes, bandos & o coletivo de espertos
No fio da navalha
do salário, da propina, da saúde, da cota & comida
comprada a preço de sangue & suor
Na fronteira entre vida & a boa sorte!
& nós aqui, contentes de dançar
contentes de fuder
Exércitos de um homem só
obedecendo a lei da rebeldia
Com o preço de um céu caído por dia
sob nossas cabeças onde pavimentamos a estrada
da fome insaciável....
Eles lá, esperando a volta do deus
& abraçando toda essa mediocridade
essa linhagem de pessoas caladas & felizes
que fazem muito estardalhaço com os suspiros de seus deslumbres
& o choro de seus medos de perder o pouco
que pagaram com o preço da devoção ao arconte do mundo
Prisioneiros livres que circulam
enquanto os libertos presos somem...
Uns em recompensa pela entrega
enquanto outros só pensam...
Ambos os lados
de uma só multidão
Todos & cada um
com uma obsessão
Seguem em fila
para altares, buracos ou a depressão
O peso da seriedade do mundo
que uns assumem & outros não!
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