Vou, pernas pra que te quero
Já que não são as suas
Eu ando nos meu próprios passos
Há muito já perdi sua trilha
...a sua falta de afeto abortou-me...
Vou, tomo café na rua
Como um pão salgado
Amassado por uma máquina fria
& o chá coado do pó da mania
...a desnutrição imunizou-me...
Vou, para esse lugar
Que parece que não ter oxigênio
Sinto falta do ar
Que respiramos juntos
...a superstição alheia paralizou-me...
Vou, não voo
Por entre os olhares de arame farpado
Por entre os regatos de lama & lágrimas
Onde meu corpo afundou
...a areia movediça da convivência convocou-me...
Vou, já não tenho mais direção
Nem pernas passos ar lugar
Sou resíduo de um sonho que tive
& jogado no mundo esgotou
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