Por mais de todo o sentido que nos faça, ainda só dentro de mim o significado dessas relvas que umidecem as folhas do caminho, o que há de vir...
Visões alquimicas que pululam em minha janela, almejam o defeito de parecerem aquilo que não são, mas são algo mais, só assim projetam seus significados ocultos à intuição...
Por onde as feras dormem e se acalmam no colo dos mansos, violentos portadores das tempestades que estão em curso de destruir este mundo...
Kalkii observa o grilo, e observada pelo grilo galga uma brincadeira felina...
Em um recôndito, cozemos o caldo da terra e do ar e do fogo e da água, tranformando-o em expansão... Salve a Jóia na Flor-de-Lótus quando mergulhando em oceanos ayahuaskis...
A natureza, e suas belezas, simplesmente um descanso da turbulência...
Deixe o mundo adormecer, deixe as coisas parelisarem, e a natureza em forma de cipó tomará seu lugar nas alturas das ferragens dos homens...
Nós já sabemos... 2010, a tempestade está chegando, cada segundo mais próxima, de vocês e de mim!
31 de dez. de 2009
7 de dez. de 2009
epopéia I
(0)
Cores cerejas
de desejos lisérgicos
ascendem o lume
de luzes quietas tão inquietantes
Toda luz muda
parece me dizer ser impossível
reencontrar o detalhe novamente
Meu passado!
(1)
Mesmo com toda essa constelação
de miríades de renovação
eu não ganho de volta
Minha juventude!
Sinistra destreza em consecução
não são fortes o bastante
para serem de novo
(2)
Só tenho o agora
e ele é mais forte
por ser a soma de ontem
com a inexperança de amanhã
porque quase iguais
Meu presente!
(3)
E masco esse silêncio
de ayahuasca & serenidade
me imiscuo em sendas
de uma particular consciência
onde atinjo todos os tempos
compressos em um instante;
Só aí percebo então
o nexo que confluo
Um futuro!
Cores cerejas
de desejos lisérgicos
ascendem o lume
de luzes quietas tão inquietantes
Toda luz muda
parece me dizer ser impossível
reencontrar o detalhe novamente
Meu passado!
(1)
Mesmo com toda essa constelação
de miríades de renovação
eu não ganho de volta
Minha juventude!
Sinistra destreza em consecução
não são fortes o bastante
para serem de novo
(2)
Só tenho o agora
e ele é mais forte
por ser a soma de ontem
com a inexperança de amanhã
porque quase iguais
Meu presente!
(3)
E masco esse silêncio
de ayahuasca & serenidade
me imiscuo em sendas
de uma particular consciência
onde atinjo todos os tempos
compressos em um instante;
Só aí percebo então
o nexo que confluo
Um futuro!
24 de nov. de 2009
Manhã Qualquer
21 de nov. de 2009
poeira das esquinas
Na paisagem cada vez mais dissolúvel
onde não encontro eu mesmo
e nem sequer meus companheiros de caminhada
eu... vejo...
Esqueço lembrando do dia e da luz que clareia, queima, cega e alimenta
na quina da lua cresce o fungo que não ameaça na da nem ninguém
eu sou um canal, uma via, a senda
mas eles não me escutam
a surdez é fundamental para o esquecimento...
Ao erguer a estrada
que me leva ao lugar do mistério
traço o caminho de retorno ao tempo
quando pela primeira vez chorei
amei, penei, adormeci e vi
o verde que descama de dentro de mim...
E que não me importe a coerência
o que digo aqui agora é tão misterioso
que quem o ler não lerá
e deixara isto como se deixa mais uma esquina
onde o vento cruza trazendo tudo
não deixando nada...
onde não encontro eu mesmo
e nem sequer meus companheiros de caminhada
eu... vejo...
Esqueço lembrando do dia e da luz que clareia, queima, cega e alimenta
na quina da lua cresce o fungo que não ameaça na da nem ninguém
eu sou um canal, uma via, a senda
mas eles não me escutam
a surdez é fundamental para o esquecimento...
Ao erguer a estrada
que me leva ao lugar do mistério
traço o caminho de retorno ao tempo
quando pela primeira vez chorei
amei, penei, adormeci e vi
o verde que descama de dentro de mim...
E que não me importe a coerência
o que digo aqui agora é tão misterioso
que quem o ler não lerá
e deixara isto como se deixa mais uma esquina
onde o vento cruza trazendo tudo
não deixando nada...
6 de out. de 2009
Tudo Que Vai
Hoje é o dia
E eu quase posso tocar o silêncio
A casa vazia.
Só as coisas que você não quis
Me fazem companhia
Eu fico à vontade com a sua ausência
Eu já me acostumei a esquecer
Tudo que vai
Deixar o gosto, deixar as fotos
Quanto tempo faz
Deixar os dedos, deixar a memória
Eu nem me lembro
Salas e quartos
Somem sem deixar vestígio
Seu rosto em pedaços
Misturado com o que não sobrou
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar em algum lugar.
Tudo que vai
Deixar o gosto, deixar as fotos
Quanto tempo faz
Deixar os dedos, deixar a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais
Quanto tempo, eu já nem sei mais o que é meu
Nem quando, nem onde
Tudo que vai
Deixar o gosto, deixar as fotos
Quanto tempo faz
Deixar os dedos, deixar a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais
Eu nem me lembro mais...
(Letra de Dado Villa-Lobos, Alvin L., Tony Platão)
E eu quase posso tocar o silêncio
A casa vazia.
Só as coisas que você não quis
Me fazem companhia
Eu fico à vontade com a sua ausência
Eu já me acostumei a esquecer
Tudo que vai
Deixar o gosto, deixar as fotos
Quanto tempo faz
Deixar os dedos, deixar a memória
Eu nem me lembro
Salas e quartos
Somem sem deixar vestígio
Seu rosto em pedaços
Misturado com o que não sobrou
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar em algum lugar.
Tudo que vai
Deixar o gosto, deixar as fotos
Quanto tempo faz
Deixar os dedos, deixar a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais
Quanto tempo, eu já nem sei mais o que é meu
Nem quando, nem onde
Tudo que vai
Deixar o gosto, deixar as fotos
Quanto tempo faz
Deixar os dedos, deixar a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais
Eu nem me lembro mais...
(Letra de Dado Villa-Lobos, Alvin L., Tony Platão)
12 de set. de 2009
[O homem-árvore] - Antonin Artaud
(Carta a Pierre Loeb)
Ivry, 23 de Abril de 1947
O tempo em que o homem era uma árvore sem órgãos nem função,mas de vontade e árvore de vontade que anda, voltará. Existiu, e voltará.
Porque a grande mentira foi fazer do homem um organismo, ingestão,assimilação, incubação, excreção, o que existia criou toda uma ordem de funçõeslatentes e que escapam ao domínio da vontade decisora, a vontade que em cadainstante decide de si; porque assim era a árvore humana que anda, uma vontade que decide a cada instante de si, sem funções ocultas, subjacentes, que o inconsciente rege.
Do que somos e queremos na verdade pouco resta, um pó ínfimo sobrenada, e oresto, Pierre Loeb, o que é?
Um organismo de engolir, pesado na sua carne, e que defeca,e em cujo campo, como um irisado distante, um arco-íris de reconciliação com deus, sobrenadam, nadam os átomos perdidos, as ideias, acidentes e acasos no total de um corpo inteiro.
Quem foi Baudelaire?Quem foram Edgar Poe, Nietzsche, Gérard de Nerval?
Corpos que comeram, digeriram, dormiram, ressonaram uma vez por noite, cagaram entre 25 e 30 000 vezes, e em face de 30 ou 40 000 refeições, 40 mil sonos, 40 mil roncos, 40 mil bocas acres e azedas ao despertar, tem cada qual de apresentar 50 poemas, o que realmente não é de mais, e o equilíbrio entre a produção mágica e a produção automática está muito longe de ser mantido, está todo ele desfeito, mas a realidade humana, Pierre Loeb, não é isto.
Nós somos 50 poemas, o resto não somos nós mas o nada que nos veste,se ri para começar de nós, vive de nós a seguir.
Ora este nada nada é, não é qualquer coisa mas alguns.
Quero dizer alguns homens.
Animais sem vontade nem pensamento próprio, ou seja sem dor própria, que emsi não aceitam vontade de uma dor própria e para forma de viver mais não encontram que falsificar a humanidade.
E da árvore-corpo, mas vontade pura que éramos, fizeram este alambique de merda, esta barrica de destilação fecal, causa de peste e de todas as doenças e deste lado de híbrida fraqueza, de tara congénita, que caracteriza o homem nato.
Um dia o homem era virulento, só era nervos eléctricos, chamas de um fósforoperpetuamente aceso, mas isto passou à fábula porque os animais lá nasceram, osanimais, essas deficiências de um magnetismo inato, essa cova de oco entre dois folesde força que não eram, eram nada e passaram a ser qualquer coisa, e a vida mágica do homem caiu, o homem caiu do seu rochedo com íman e a inspiração que era o fundo passou a ser o acaso, o acidente, a raridade, a excelência, talvez excelência mas à frente de um tal acervo de horrores, que mais valia nunca ter nascido.
Não era o estado de paraíso, era o estado-manobra, - operário, o trabalho semrebarbas, sem perdas, numa indescritível raridade.
Mas esse estado por que não continuou?Pelas razões que levam o organismo de animal, que foi feito para e por animais e desde há séculos lhe aconteceu, a explodir. Exactamente pelas mesmas razões.
Mais fatais umas do que outras. Mais fatal a explosão do organismo dos animais que a do trabalho único no esforço dessa vontade única e muito impossível de encontrar.Porque realmente o homem-árvore, o homem sem função nem órgãos que lhe justifiquem a humanidade, esse homem prosseguiu sob a capa do ilusório do outro, a capa ilusória do outro, prosseguiu na sua vontade mas oculta, sem compromissos nem contacto com o outro.
E quem caiu foi quem quis cercá-lo e imitá-lo mas logo depois com muita força,estilo bomba, irá revelar a sua inanidade. Porque devia criar-se um crivo entre o primeiro dos homens-árvores e os outros, mas aos outros foi preciso o tempo, séculos de tempo para os homens que tinham começado ganharem o seu corpo como aquele que não começou e não parou de ganhar o seu corpo mas no vazio, e não havia lá ninguém,
e lá não havia começo.
E então?
Então.
Então as deficiências nasceram entre o homem e o labor árido que era bloquear também o nada. Em breve esse trabalho será concluído. E a carapaça terá de ceder. A carapaça do mundo presente.
Levantada sobre as mutilações digestivas de um corpo esquartelado em dez mil guerras e pela dor, e a doença, e a miséria, e a penúria de géneros, objectos e substâncias de primeira necessidade.
Os que sustentam a ordem do lucro das instituições sociais e burguesas, que nunca trabalharam mas grão a grão amealharam o bem roubado desde há biliões de anos e conservado em certas cavernas de forças defendidas pela humanidade inteira, com algumas tantas excepções vão ver-se obrigados a gastar as energias nessa coisa que é combater, vão lá poder deixar de combater, pois no fim da guerra e esta agora apocalíptica, que há-de vir, está a sua cremação eterna.Por isto mesmo eu julgo que o conflito entre a América e a Rússia, reforçado eleseja a bombas atómicas, pouco vai ser ao lado e em face do outro conflito que vairepentinamente estalar entre quem preserva uma digestiva humanidade, por um lado, e por outro o homem de vontade pura e os seus muito raros aderentes e sequazes mas com a sempiterna força por si.
Tradução de Aníbal Fernandes
'Tree Cult' - A.O.Spare
11 de set. de 2009
Alexandria de Torquemada
Não me ajuda a esquecer
o quanto a humanidade é o pior possível
esses afoitos crentes de esperanças verdes
deitados nos leitos das doenças infinitas
Eu sei que para matar essa crença podre e fetida
só a saúde universal
só a nutrição sem limites
mas o que temos é só ganância
Então essa crença prosperar e sempre vai prosperar
pois ela é a crença dos lacaios
ela é a crença dos malditos
ela é a crença da maldição pura e simples
Tudo que fora contra eles
eles queimaram
tudo que foi contra eles
eles ridicularizaram
Agora que templos caem
e crianças são estupradas
agora que negócios espúrios aparecem
e jogadores traiçoeiros louvam
agora que a mentira repetida e repetida e repetida
é a verdade imposta e impostora
Eu pergunto:
Como será?
O que restou?
Qual é a barbárie?
Onde está o salvador?
Que bela visão
uma cultura, uma civilização
de Torquemadas e Savonarolas
e Calvinos e milhares de Padres e Bispos e pregadores afins
com sua fogueiras diversas
Eu vos digo apenas:
EXISTEM OS QUE NUNCA VÃO ESQUECER!
EXISTEM OS QUE SEMPRE VOS LEMBRARÃO!
E O FOGO QUEIMA A VOCÊS TAMBÉM!!!
14 de ago. de 2009
~~~ Dominaurga ~~~
Existe
fora de controle
Algo de negro
algo como o nada
Existe
fora do alcance
Uma sapiência maior
uma verdade real, uma sombra, um rito
De onde não se ouve preces
nem se emanam milagres
Onde almas se tornam pó
o pó fino da mais intensa cegueira.
Existe uma Deusa
além de todos os deuses
Crematória alma, espiritus favilla
devassidão das vastidões siderais
Aguarda agitada & quieta
suas Yugas chegarem & prostarem
Através do brilho evanescente das estrelas
e dos poentes homens
Que marcam seus Aeons
pela dor da carência de sua Deusa
Que lhes açoitam e pisa
única glória para esses hereges das negações
Existe uma ordem
que reina a partir do Caos
Existe um silêncio
que vibra no som dos ossos
Existe algo infinitamente pequeno
que molda tudo
Longe dos olhos
fora dos livros
Sem compreensão
dentro de nós.
(Foto: Kézzia)
1 de jul. de 2009
A Minha Doutrina...
A minha doutrina...
...é como um oceano ayahuaski...
...é como um oceano ayahuaski...
Vomitando cadáveres
à superfície plena
Assim vamos nós
que também bebemos
do que se aprofunda & afronta a realidade
E sorvemos esse cálice
de fogo liquido
que nos dissolve por completo...
Devolvendo o imprestável
já digerido & gasto
remoídas idéias ultrapassadas & pensamentos abandonáveis
Vamos mergulhando mais
no tudo & no nada
Não faz diferença nenhuma
o que fomos ontem
do que somos hoje
É apenas uma nova atitude...
Expelindo esses náufragos ao inverso
Expedimos em querências desconhecidas
o fortalecimento desses desejos & desprezos irreconciliáveis
Na totalidade de nossa nulidade
enfim quedar & aprender & esquecer
das ilusões de medos & coragens
Das apreciações de formas & vazios
do corpo das manhãs que um dia serão esquecidas...
É porque só no fim
entenderemos o ‘porquê’...
E só no fim
seremos também completos...
E só na paz da morte
que encontraremos paz da vida...
E só na morte
seremos serenos...
Na total perda
de corpos & almas & doutrinas...
Oceano...
...mahapralaya...
à superfície plena
Assim vamos nós
que também bebemos
do que se aprofunda & afronta a realidade
E sorvemos esse cálice
de fogo liquido
que nos dissolve por completo...
Devolvendo o imprestável
já digerido & gasto
remoídas idéias ultrapassadas & pensamentos abandonáveis
Vamos mergulhando mais
no tudo & no nada
Não faz diferença nenhuma
o que fomos ontem
do que somos hoje
É apenas uma nova atitude...
Expelindo esses náufragos ao inverso
Expedimos em querências desconhecidas
o fortalecimento desses desejos & desprezos irreconciliáveis
Na totalidade de nossa nulidade
enfim quedar & aprender & esquecer
das ilusões de medos & coragens
Das apreciações de formas & vazios
do corpo das manhãs que um dia serão esquecidas...
É porque só no fim
entenderemos o ‘porquê’...
E só no fim
seremos também completos...
E só na paz da morte
que encontraremos paz da vida...
E só na morte
seremos serenos...
Na total perda
de corpos & almas & doutrinas...
Oceano...
...mahapralaya...
6 de jun. de 2009
“O Armazém das Recordações com as Portas Sempre Abertas”
Nessa tarde aleatória
tudo que me aturde
Atordoa a estética dos loucos
sua arte alheia...
Pensamentos & recordações
fluídos do gracejo dos pássaros
e do ranger dos galhos das árvores
Farfalhar de folhas
aéreas & terrestres
Amém!
À sombra deste grande leque
Deste emaranhado
bordado de seiva & relva
necrópole de insetos
O sono dos justos me adormece
Abrindo os olhos para a porta
do “Armazém das Recordações” com
suas “portas sempre abertas”
Onde piso, calçadas de areia
& forro de poeira sem cheiro
Onde piso, o chão passeio
seco de pegadas esquecidas
Que passaram como as épocas
Agora leito desleixado
de seixos remoídos
& sevados para a venda, já comprados
Ao redor do Armazém porém
Crescem, já acrescidas
todas essas árvores
Sombras das copas, coroa de folhas
raízes do céu
o qual não nos deixa entrevê-lo
Melhor assim!
Troncos erráticos
eretos ou desviados de sua linha
Que esmaecem brocados
ao prumo do limo que impregna
E sulcos nas cascas
flor da pele ignorada
pelos que passam com olhares baixos
Tais troncos
enraizados no “outrora caos nu do chão”
Agora abrigam deste tudo verde
Que não é nem sim nem não
dos lamentos que então lhe sobem
Mas apenas sentinelas
dos lugares das mesmas sombras
À porta do Armazém
E por mais que se cravem
o desgosto do novo nas cercanias
E o circo dos jovens & comércio
& a fonte do mau gosto
O velho Armazém persiste
guardado por almas anciãs
Idosos corpos de matéria
cheia de brindes & lendas
O que acontece em volta é a luta
o adoecimento da ocupação dos espaços
Renegando ao passado
arrombando os tempos
O insano giro da Roda da Vida
Colméia de favos
cheios de cobranças
& necessidade de instar
Mesmo assim
o Armazém prospera em permanência
Encrave cheio no ontem
como árvores ermas
& suas sombras perenes
Lápide de uma idéia
que outrora era novo
E agora se lapida contra os novos
que arrogam a invasão
de sua vizinhança
Há de um dia, ou noite,
suas portas fecharem
Como fecha o ângulo
no prumo de qualquer torpor
Sem elegância ou charme
ignorâncias da novidade
Mas há de fechar
levando consigo, na sua ausência
as recordações de um mundo inteiro
que também se foi
Mas ainda ficará
no compasso desta mesma linha
As árvores & suas sombras
Contando em seu frescor
um dito de um tempo
onde ali sempre abertas
as portas
do Armazém das recordações
Deixava entrar & sair
sair & entrar
todo o nosso vendaval calmo
de reminiscências
lembranças de nada
Matéria orgânica de sonhos
que vez ou outra
nos inquieta & acolhe
simples...
atemporal...
destoando...
Uberlândia, 03/06/09 – 15:00h. – Pç. Ladário Teixeira
tudo que me aturde
Atordoa a estética dos loucos
sua arte alheia...
Pensamentos & recordações
fluídos do gracejo dos pássaros
e do ranger dos galhos das árvores
Farfalhar de folhas
aéreas & terrestres
Amém!
À sombra deste grande leque
Deste emaranhado
bordado de seiva & relva
necrópole de insetos
O sono dos justos me adormece
Abrindo os olhos para a porta
do “Armazém das Recordações” com
suas “portas sempre abertas”
Onde piso, calçadas de areia
& forro de poeira sem cheiro
Onde piso, o chão passeio
seco de pegadas esquecidas
Que passaram como as épocas
Agora leito desleixado
de seixos remoídos
& sevados para a venda, já comprados
Ao redor do Armazém porém
Crescem, já acrescidas
todas essas árvores
Sombras das copas, coroa de folhas
raízes do céu
o qual não nos deixa entrevê-lo
Melhor assim!
Troncos erráticos
eretos ou desviados de sua linha
Que esmaecem brocados
ao prumo do limo que impregna
E sulcos nas cascas
flor da pele ignorada
pelos que passam com olhares baixos
Tais troncos
enraizados no “outrora caos nu do chão”
Agora abrigam deste tudo verde
Que não é nem sim nem não
dos lamentos que então lhe sobem
Mas apenas sentinelas
dos lugares das mesmas sombras
À porta do Armazém
E por mais que se cravem
o desgosto do novo nas cercanias
E o circo dos jovens & comércio
& a fonte do mau gosto
O velho Armazém persiste
guardado por almas anciãs
Idosos corpos de matéria
cheia de brindes & lendas
O que acontece em volta é a luta
o adoecimento da ocupação dos espaços
Renegando ao passado
arrombando os tempos
O insano giro da Roda da Vida
Colméia de favos
cheios de cobranças
& necessidade de instar
Mesmo assim
o Armazém prospera em permanência
Encrave cheio no ontem
como árvores ermas
& suas sombras perenes
Lápide de uma idéia
que outrora era novo
E agora se lapida contra os novos
que arrogam a invasão
de sua vizinhança
Há de um dia, ou noite,
suas portas fecharem
Como fecha o ângulo
no prumo de qualquer torpor
Sem elegância ou charme
ignorâncias da novidade
Mas há de fechar
levando consigo, na sua ausência
as recordações de um mundo inteiro
que também se foi
Mas ainda ficará
no compasso desta mesma linha
As árvores & suas sombras
Contando em seu frescor
um dito de um tempo
onde ali sempre abertas
as portas
do Armazém das recordações
Deixava entrar & sair
sair & entrar
todo o nosso vendaval calmo
de reminiscências
lembranças de nada
Matéria orgânica de sonhos
que vez ou outra
nos inquieta & acolhe
simples...
atemporal...
destoando...
Uberlândia, 03/06/09 – 15:00h. – Pç. Ladário Teixeira
29 de mai. de 2009
Você é a segunda coisa... fato, evento, encontro...
mais importante que aconteceu em minha vida, de três...
A primeira foi existir, a terceira... ainda não aconteceu!
A primeira foi existir, a terceira... ainda não aconteceu!
Lembranças que disparam o coração
Uma visão de outrora, crua & nua
ontem eu te vi na rua
ontem passei pelo seu corpo novamente
Como passa um fantasma
Ignorando o depois do despertar do antes
eu sei, eu sei que sempre te carrego
sei que aprendi a amar contigo
Levando sempre o que trago aprisionado
Escravo que sou de suas cores & perfume
passei por ti, nunca passei por ti
e somos cegos do que passou
Negando nossos erros de Eros
Esquecidos dos deuses adeuses em forma de beijos
ontem te vi e você não me viu
então... adeus!
eterno retorno
então... hoje te vi e você me viu
olá! olá! Adeus mais uma vez...
.
Uma visão de outrora, crua & nua
ontem eu te vi na rua
ontem passei pelo seu corpo novamente
Como passa um fantasma
Ignorando o depois do despertar do antes
eu sei, eu sei que sempre te carrego
sei que aprendi a amar contigo
Levando sempre o que trago aprisionado
Escravo que sou de suas cores & perfume
passei por ti, nunca passei por ti
e somos cegos do que passou
Negando nossos erros de Eros
Esquecidos dos deuses adeuses em forma de beijos
ontem te vi e você não me viu
então... adeus!
eterno retorno
então... hoje te vi e você me viu
olá! olá! Adeus mais uma vez...
.
Uberlândia, 28 & 29 de Maio de 2009.
13 de mai. de 2009
2 de mai. de 2009
Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem. (Brecht)
Uma resposta
um poema
de confusão & loucura
Minha essência
cravada na pele
caos & vácuo
consciência & abismo
Pulsando no cérebro cansado
dormente na mente doente
A autenticidade é uma explosão
uma textura de agonia & liberdade
uma exclusão das ninharias
-deixe-me exaurir...!!!!!
Querendo um resposta à esse apelo do vazio
Vasculho todo abismo em sua nadisse
Insana tolices
De cada ato no ato – atuar & aturar
Saturado, maturar
saltando no vão das escolhas vãs
colhendo, dando algum sentido
à toda essa frustração!!!
Que não me pede
mas comanda
impele na pele a textura dessa carnificina
-onde estou eu nessa tempestade?????
3 de abr. de 2009
...eterno retorno...
"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"
(Texto: Nietzsche in A Gaia Ciência/ Arte: Pablo Amaringo)
9 de mar. de 2009
UNIÃO
não é prisão.
UNIÃO
é Perdão!
-Lições que eu aprendi da voz dos mestres:
-Enxergar além da carne, a Burracheira!
(a chave da cela – nossa ignorante escravidão).
Unir não é prender – é antes Aprender.
Unir não é limitar – bem antes, Ilimitar.
E na Chamada entendi
Como sair da prisão,
Esse jogo de ilusões;
UNIÃO é COMUNHÃO!
(e comungamos juntos o Vegetal, do Verde da Felicidade
do Dourado das Realizações e Vitórias).
Unir é Comungar,
UNIÃO é COMUNHÃO.
não é prisão.
UNIÃO
é Perdão!
-Lições que eu aprendi da voz dos mestres:
-Enxergar além da carne, a Burracheira!
(a chave da cela – nossa ignorante escravidão).
Unir não é prender – é antes Aprender.
Unir não é limitar – bem antes, Ilimitar.
E na Chamada entendi
Como sair da prisão,
Esse jogo de ilusões;
UNIÃO é COMUNHÃO!
(e comungamos juntos o Vegetal, do Verde da Felicidade
do Dourado das Realizações e Vitórias).
Unir é Comungar,
UNIÃO é COMUNHÃO.
17 de fev. de 2009
Oração para tempos improváveis em dor
Ah! Consciência, voragem...
Dá-nos paz no sono, pelo menos nessa hora frágil...
Oh! Grande Cobrador dos Carmas Irreversíveis!
Que vele por nós a necessidade do esquecimento,
Do último consolo... a esperança de morrer dormindo,
Carregue-nos apenas as asas da melancolia,
E essa profissão de desesperar... improvável demência final.
Protosarkia!
Dá-nos paz no sono, pelo menos nessa hora frágil...
Oh! Grande Cobrador dos Carmas Irreversíveis!
Que vele por nós a necessidade do esquecimento,
Do último consolo... a esperança de morrer dormindo,
Carregue-nos apenas as asas da melancolia,
E essa profissão de desesperar... improvável demência final.
Protosarkia!
4 de fev. de 2009
Reflexões Ayahuaski (1)
Um sabor ayahuaski
o gosto do próprio Univeso
de chão & fogo & sangue & verde
Tomado no sagrado salão de toda união
onde também vive
o espírito das florestas
Dissolvendo a mente
e separando as camadas
da consciência pessoal
No Abismo Yagé
era eu, outro e mais algo
estranhamente conhecidos
E a pequena morte vai ingerida
nutrindo alma & corpo
no êxtase dissoluto de tempo & espaço
Devore Oroboros, tu mesmo
secrete Oroboros, todos nós
Iluminaska!
(Obra de Pablo Amaringo)
3 de jan. de 2009
2009 - Além de tudo, é preciso sonhar!
"O mistério supremo com o qual nos deparamos é como a matéria adquire consciência. Em palavras simples: se dizemos que somos feitos de matéria, então como a matéria aparentemente produz ou cria imagens e pensamentos? Ou, em termos mais simples ainda, como é que a carne sonha?” (Fred Alan Wolf)
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