Recorrente
aurora
Correnteza
de cores urdidas ao acaso
Como
pode a beleza ser
tão fundamental & tão banal?
Fazes-me,
em paz,
pensar em música dodecafônica
Mediante
sinfonia tal
de urgência que descansa nesta cromo ação,
varrendo hiperprismas para acima do chão.
Cantarolo
com a gata eriçada
o coro ronronado grato, roto, salpicado,
da revoada de tizius
Que
partem para o ar fresco das 6 da matina
depois de pastarem sementes de capim
colonial
Os
sons mesmos acordam
Dão
corda aos ruídos que arruínam nas ruas
o noturno sigilo que em segredo liberou esta
hora
no afresco onde ela se esparramou.
Ao
que penso, ainda pesado pelo incomodo das dores
de uma noite mal dormida, pensamento tenso:
Que
abaixo desta beleza
Também
inaudita maldade perpassa
no surto abrigo da natureza humana...
Mas...
se abaixa o ocaso lá do outro lado
Aqui
eleva-se a aurora, revelando
que assim como o bem & o mal
Tudo
depende dos olhos que buscam o arrebol.
Não
é o sol que nasce
É
o horizonte que se move
Apesar
das aparências,
Apesar
de todas as urgências,
tudo está mesmo... fora de seu lugar...
É
a luz que penetra nas sombras
São
as sombras que deixam se efervescer de luz
O
ocaso que com descaso se abre em acasos
Melindres
de fazer deixar começar a brincadeira...
Sempre
é meio-dia no mundo inteiro
Sempre
é meia-noite em qualquer lugar,
Cada
canto & cada ente tem sua cota
Utopias
de auroras minam com o orvalho
Para
quem acorda antes do sol raiar.
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