Tractatus Vitam
“Memento Mori”
“Vitam Impedero Vero”
Misteriosa
coisa
Que
me faz presente
Um
fulcro aberto
Diante
do mundo
Um
ponto de vista
Em
meio ao circo de ilusões...
A
ciranda segue
Já
a peguei andando
Vindo
de lugar nenhum
Indo
pra lugar algum
O
que passa, que passará
É
o que se diz da infiltração
No
desfile dos momentos...
Cantam
diversos cisnes
Da
aurora ao ocaso
Como
se não houvesse a coda
De
cada dia recorrente
Aqui
tudo é necessidade
Impressionante
termos
Concordado
com algumas leis...
Cada
pessoa é
Um
sonho próprio
Dentro
de um sonho alheio
Se
achando real
Só
pelo viés do que falta
Do
que há de ser
Do
que achamos que deveria...
Não
há bases fixas
Para
esse permanecer
Pois
o passado se extinguiu
São
apenas ecos reverberantes
Na
caixa acústica do cosmos
Concha
fechada
Quarto
lacrado...
Somos
estrangeiros
Estranhos
totais
Anomalias
cientes
Dentro
de uma anomalia superior
Onde
certezas são apenas
Acordos
entre coisas parcas...
Precário
é nosso ser inteiro
Precário
é nosso segundo momento
Alcunha,
apelido, artifício, sensação
Como
apegar-se a algo?
Se
até as estrelas fixas
Caem
no abismo
à milhares de quilômetros por segundo...
A
vida que passa
diante nossos olhos
é apenas uma alucinação
Como
tudo no mundo
alguns levam demais a sério
um punhado de acasos...
Sem
finalidade
Sem
por que
Sem
qualquer sentido final
Existir
é insistir no que não tem jeito...
Qual
o sentido da sorte?
Quando
nem todos a tem...
Qual
o valor do valor?
Quando
cada um tem o seu...
Veja que habitamos
Na grande falha da harmonia total
Veja que nós mesmos somos entropia
Dentro do sistema outrora perfeito
Que urdiu essa base de consciência
Apenas para enfim reconhecer
Que ela decaiu...
A vida é
Um modo de se extinguir
Os homens são
Habitantes do momento único
Em que podemos saber
o que somos,
onde estamos,
para onde iremos...
E a resposta é uma só
Nada, nada, nada
Nunca, nunca, nunca...
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