2 de jul. de 2016

Ampulheta de Cores em Preto & Branco

Olho para as pequenas imensidões
    que me roubam o fôlego quando as encaro
Quero ouvir a voz do espanto dentro de mim
    que sempre fala sobre esse mundo mudo
Seus cantos & encantos de abismo irrecuperável...

Diante de todas as provas de tudo
   a voz fala do nada
Apesar das impressões dos sentidos
   a sensação é da falta de sentido

& o saber
   que não mais me deixará dormir
Lança-se rápido na viagem desde o nada
    até emergir nessa superfície do tudo

Somos fruto de um pensamento
Com o qual pela eternidade
    queremos nos encontrar
         fugindo dele...
         ...fugindo dele
        encontramo-nos

O peso disso se chama existir!
Ampulheta que não registra
   o pó que caí no esquecimento...


“Joga teu pesar no abismo!
Esquece, Homem! Esquece, Homem!
Divina é a arte do esquecer!
Queres voar,
Queres habitar as alturas:
-joga o que mais te pesa no mar!
Aí está o mar, joga-te no mar!
Divina é a arte do esquecer!”
                                                 N.

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