1 de jul. de 2018

Véu

Duas vezes adormecido,
 eu o sei
   pelas vezes que despertei...
Vi a Lua
  à Oeste
    & o mínimo clarão da Estrela
       que com ela ia...
Na madrugada
   não procurava nada
      & encontrei tudo...
Vi no Céu,
   que não era seu,
      a certeira divisão do espaço
    de onde era dia raiando
       & onde ainda
    era noite profunda...
& lá onde era mais escuro
   via a Lua & a Estrela
      que dançava com ela...
Duas vezes adormecido
   eu o sei,
       mil vezes, uma eternidade,
   esperando despertar...
Fiz com que me incomodasse
   o suave clarão da Lua
   & o som do movimento da Estrela,
      leve, que baila longe
   para fazer-me reparar
      todo meu bem & meu mal
   ou antes, você & eu...
Tudo isso,
   solidão adentro
      do tempo cindido
   pela noite & mais noite ainda
      que já eram dia...
& então redespertar,
    sem nada nas mãos,
   para voltar a compor
      meus versos de amor por você...
Tem que tornar
   a própria madrugada
      menos pesada,
& trazer tudo para manhã
   mais uma vez...
Eu sou a Aurora
   & a mais Escura Hora
      de mãos dadas...
Eu sei! E você?

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