9 de set. de 2019

Tempestade


Estranhamente calma
   a tempestade do gostar
      entorna raios & graças
         em quem saiu pra se molhar;

O céu acima
   é do sol, da lua
      & da estrela morta do Amor,
         ela come o som de nossas palavras
            & a fome que acena à tez
               no horizonte antes de ser engolida
                  para sempre até a próxima vez;

Nós, de lá pra cá
   parados no mesmo lugar,
      inconscientes nos damos
         o que o outro não receberá,
            enquanto o amor chove de graça
               sem molhar o deserto sob nossos pés;

Estranhamente calma
    a fome que ali está não dói
       & a tempestade acalma
           o que devia curar mas corrói,
               só nas coisas da paixão
                  o zerø é muitø
                      & guardar é dar vazão!





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