É importante saber & importante dizer que você não me feriu. A ferida já estava lá, não foi você.
Você só me fez tocar nela de novo...
Agora sinto-me disforme & bidimensional como uma pintura de Francis Bacon.
É doloroso fingir que não se tem afeto. Ainda bem que a rede é fria & nos anestesia...
Que sintoma é esse que transforma o bem querer em algo amorfo?
Qual a cura desse afeto passivo que esvazia & pelo qual minha sombra se aproxima para dançar?
Me dê um milhão de anos-luz de descanso... Me dê espaço para enterrar esse corpo-de-glória esfacelado...
Atuando no ato final desse Teatro do Absurdo, enceno em câmera lenta a farsa do esquecimento. Comédia será sempre o estilo de quem só tem o que sentiu.
Ainda não somos trágicos o suficiente para o "sim" necessário à tristeza. É isso que a vida quer de nós: Aprender a terminar!
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