30 de mar. de 2020

Rebanhos sofrem doenças de rebanho


Rebanhos sofrem doenças de rebanho...
Contaminação viróticas de ideias desconexas & contraditórias...
Ressentidos, amordaçadamente revoltados,
   com suas críticas em forma de chilique...
Cheios de sentimentalismo, em seu banalismo social & político
   & mimetismo cultural...
Plenos de neuroses comportamentais públicas...
Piamente religiosos,
   Moralistas & imorais na mesma proporção...
...
Rebanhos sofrem doenças como rebanhos...
Confinados ou em demandas de manada...
Ruidosos, silenciosos,
   desinformados, saturados de teorias...
Empáticos só para com suas ideias solipsista
   herdadas de um discurso não posto em prática...
Coletivamente egoístas...
Facilmente reciclados & redirigidos pela máquin@ social...
Impossibilitados de abarcar uma visão da complexidade do mundo...
Devotos do Estado, enquanto assistencialista...
...
Rebanho é rebanho...
Confinado, livre, em estado selvagem...
Rebanho sofre doença de rebanho...
Rebanho de ovelhas, de bois, vacas...
Cardume, bando, corja, manada, elenco, torcida...
Fieis, devotos, igreja, cemitérios & fábricas...
Cacho, falange, horda, sindicato, partido...
Tropa, rede, legião, multidão, indivíduo...
...
Rebanhos sofrem doenças de rebanhos...
Dirigidos ao abate...
Inertes mesmo em movimento...
Deslumbrados...
Vingativos...
Ridiculamente eróticos...
Promiscuamente valentes...
Unidos pela desunião...
Doentes de carências & medo.



29 de mar. de 2020

Ainda...

Conexão precária..... .... .. .
teu beijo analógico chega...

...livros, músicas, lembranças...

No todo que nos faz humanos,
a parte de cada beleza:
nas cores que posso ver,
nos sons que posso ouvir,
nas tuas formas que posso lembrar...

Aqui não há isolamento!
Em um momento de expansão da consciência tudo é presença.
Dá-me um outro nome para isso,
& prometo rir... não de você,
mas da solidão,
que toda quântica refuta,
enquanto a tecnologia não evoluir
para nada melhor do que tudo
que ainda podemos ser
um para o outro!


27 de mar. de 2020

Bem vindo à Era de Aquário

Parece tudo um grande feitiço, mas é só maldade... preparem-se para a guerra convencional! Nenhum líder do Ocidente vai deixar de revidar à altura a esse ataque.
Ninguém vai vencer...
As coisas mudaram da preocupação com a saúde para o econômico rápido, antes era só a quebra das bolsas cerca de duas semanas atrás, quem dependia do capital para operar assimilou o golpe, viu que podiam sobreviver, seguir em frente como sempre faz quem empreende...
Mas veio a quarentena, a ideia de confinamento prolongado... uns poucos ainda resistem, mas a maioria é pobre, pode-se dizer que "só" tem a vida, além das camadas de medo sobrepostas pela mídia que traiu todo o mundo, então restará aos poderosos o que sempre restou nessa guerra que vem sendo planejada e travada há 75 anos... contratacar!
É clichê, já ouvimos isso, que nas guerras quem morre primeiro são os pobres... afinal, está acontecendo algo diferente?
Então agora, penso, o que o fraco pode fazer? Depois de um dia à toa, vendo uns se agarrando à vontade de voltar a trabalhar, mas está tudo descoordenado na sociedade; enquanto outros com a velha tolice religiosa, batendo joelhos; e ainda outros, insanos, pensando em quem podem bajular para poder levar um centímetro de vantagem, fora os que seguem ordens, e os que acham que a política pode ainda alguma coisa, mas com seus principais aliados de sempre, o mercado e as finanças, arrasados...
Veem? Qual é o nível em que o conflito está? Qual a profundidade desse feitiço? Qual a preponderância dessa maldade? A "manobra zebra" dessa coisa toda? Para onde a atenção foi desviada? Acabou!
Bem vindo à Era de Aquário!



24 de mar. de 2020

Nêmesis


Para mim não há mais nada a se dizer em público,
tudo agora é privado.
Só poderemos ser fortes como nunca fomos
particularmente.
Nos segredos & confidências
que fazemos a quem ousou Aproximar-se...

Lá fora os eleitos poderosos
por votos, fuzis ou hordas de fanáticos
dizem como são & serão as coisas;
Aqui dentro a força do ar me sufoca
na rua ou na solidão;
Há um medo reconstruído
com o nome nunca dito: Nêmesis...

Seremos nós
em nossa tola serenidade
De confinamento & orgia
de medo & coragem
a vingar um mundo,
Nosso lar, coração, nação
em frente à corrupção
nua de todos os modos,
Agora podemos apontar nosso dedo semimorto
no Bardo da Era de Peixes
contra o que outrora foi Poder.

O erro deles foi nos ameaçar
com a morte,
O erro deles foi nos mostrar
a única coisa que nos liberta!



17 de mar. de 2020

A Praga - Ano 1

Como é estranho receber & se despedir de uma pessoa sem poder lhe apertar as mãos! Os olhos ficam desesperados, como se pedissem desculpas, a boca constrangida comunica o silêncio da mágoa que não temos culpa, & os pés finalmente resolvem tudo, nos levando para longe...
Esses são tempos em que os vivos agem como moribundos, e os mortos se fazem mais distantes ainda... a praga está no ar, no corpo, nas coisas...
A praga somos nós & no entanto ainda há saúde, & entre tantos sentimentos ainda há saudade, & entretanto a insanidade...

(Uberlândia, Março de 2020 e.v.
Ano 1 da Infecção)


14 de mar. de 2020

Gênesis, cap. I

No princípio era o verbo
o nó, na língua,
no tempo, a tempo, do espaço...
& fez-se a luz, & com ela o calor
para o brilho dos seus olhos
& o carinho do teu colo...

Incendiando no vazio,
(que a tudo [a/des]trai)
pequenos estilhaços
do cadáver da perfeição...

Esperamos, entediados,
até tudo queimar,
& aí podermos dizer
que não há mais nada em que se agarrar...

Nem forma ou vazio,
Nem corpo, nem mente,
Nem os fulcros de prazer
ou o sabor indiferente no paladar
de todo esse desgosto pela eternidade
prometida em cada gozo...

Pois o mundo, sua gênesis,
começa depois de cada morte,
se reinventa depois
de cada perda...

O universo foi uma coisa inventada
para suportar todas as mentiras
& a alma humana escolhe, em cada era,
uma falsidade, a maior & a menor,
para se apegar como verdade...

Eis espalhado por aí
vida & morte, amor & sexo,
Satã & Cristo, o branco & o preto,
eu & você, verbo & silêncio
em perene conflagração.


8 de mar. de 2020

Versos da Gilânia

Se me perguntarem o que acho das mulheres... eu diria que são tolas, fracas, confusas... como todos os homens!
Se me perguntarem o que acho do Feminino... eu diria que é sagrado, belo, especial... como o Masculino!
Não importando sua capacidade de ferir ou curar... o exterior & o interior de todos nós, busca uma paz entre nossas diferenças & complementos, entre o imperfeito & o possível!
Como se estivéssemos suspensos, no pacto que há entre não deixar a infância se extinguir & a necessidade dela acabar!
Vamos... com nossas formas, preenchendo vazios impossíveis de saciar, vamos com nosso tempo, abrindo ou encurtando espaços onde podemos nos perder ou encontrar!


5 de mar. de 2020

Largo Alvo

minhas palavras rumam tão vagas
como o alvo largo que elas buscam
...
não há o que se encontrar
não há nada para se comunicar
...
escrevendo não há como ter
o silêncio das músicas
as formas das nuvens
as cores das catástrofes
o brilho do vantablack
a força das vulvas
a secura das lágrimas
...
faz-me filosofia
pediriam os mortos
pois tem opiniões
...
mas quem escreve
& combina absurdos
só tem vazio
& caos!


3 de mar. de 2020

Outros...

&m outro tempo 《lugar... vida...》
livros nos uniam
como se amarrassem por um fluxo mental
todos que os liam...
&m outra vida 《lugar... tempo...》
seguiamos naturalmente
a luz da mente de outros seres humanos...
Agora nesse lugar 《vida... tempo》
estamos presos
por um artifício que não conseguimos ler
nem ver, decifrar ou amar...
É uma ruptura epistemológica
dentro de um nada complexo
dessa catástrofe espiritual.