17 de mar. de 2020

A Praga - Ano 1

Como é estranho receber & se despedir de uma pessoa sem poder lhe apertar as mãos! Os olhos ficam desesperados, como se pedissem desculpas, a boca constrangida comunica o silêncio da mágoa que não temos culpa, & os pés finalmente resolvem tudo, nos levando para longe...
Esses são tempos em que os vivos agem como moribundos, e os mortos se fazem mais distantes ainda... a praga está no ar, no corpo, nas coisas...
A praga somos nós & no entanto ainda há saúde, & entre tantos sentimentos ainda há saudade, & entretanto a insanidade...

(Uberlândia, Março de 2020 e.v.
Ano 1 da Infecção)


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