No princípio era o verbo
o nó, na língua,
no tempo, a tempo, do espaço...
& fez-se a luz, & com ela o calor
para o brilho dos seus olhos
& o carinho do teu colo...
Incendiando no vazio,
(que a tudo [a/des]trai)
pequenos estilhaços
do cadáver da perfeição...
Esperamos, entediados,
até tudo queimar,
& aí podermos dizer
que não há mais nada em que se agarrar...
Nem forma ou vazio,
Nem corpo, nem mente,
Nem os fulcros de prazer
ou o sabor indiferente no paladar
de todo esse desgosto pela eternidade
prometida em cada gozo...
Pois o mundo, sua gênesis,
começa depois de cada morte,
se reinventa depois
de cada perda...
O universo foi uma coisa inventada
para suportar todas as mentiras
& a alma humana escolhe, em cada era,
uma falsidade, a maior & a menor,
para se apegar como verdade...
Eis espalhado por aí
vida & morte, amor & sexo,
Satã & Cristo, o branco & o preto,
eu & você, verbo & silêncio
em perene conflagração.
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