Rephlexus\/Ephlexos\/Phlexos\/Phluxus
Flexione
na forma a reflexão do vazio,
eis
o mundo...
Em
se refletindo o mesmo
eis
que outros surgem, ser & não-ser...
O
que aparece é um reflexo
precário do fluxo que subjaz em tudo...
–A
Imagética Reflexiva
-Então seria
certo dizer que na quarta parte ou na
metade de
cada imagem observada, refletida e
gravada em
nosso aparato cerebral há parte de
uma mensagem
que viemos constantemente
interpretando,
ignorando ou esquecendo, pela
sua importância
e banalidade, talvez um soma
zero da
forma, talvez um código de volta ou de
entrada,
estadia ou não, do mundo...
(Enphlexyon
– Ex-Tractadus)
Enphlexyon foi o nome dado ao processo de montagem de fotografias cuja
finalidade é expressar uma forma de emanarte sinestésica do olhar na dobradura
da realidade cotidiana, e assim chamar atenção para o invisível escondido logo
ali, onde a visão cessa, e se abre o portal de mundos interiores, paralelos ou
complementares secretos.
Enphlexyon pretende, na forma de uma imagem reflexiva, criar “metáforas
para a visão, e diversão para a visão, e alucinações para a visão, e revelações
para a visão, novos mitos breves para a visão, inspirações também, para ampliar
a mente, expandir os sentidos...” (in ‘Ex-Tratactus’, Enphlexyon 2010 p.2), e
desta disposição imagética inspirar o artística a produzir textos referentes a
esses vislumbres que a realidade esconde.
Retomando essa obra de 2010 e seu processo de emanação de imagens agora,
ponderando-a sob uma visão Vultur, Enphlexyon ganham conotações ar-tisticas
alinhadas ao próprio Vultur. Vê-se no processo emantivo Enphlexyon a presença
do “jogo” da analogia que Vultur chama a tenção, como complementaridade ou
Totalidade, nesse caso da própria imagem ou da coisa e das coisas fotografadas.
Instala-se pois a possibilidade de ver, no objeto comum (0), sua contra parte
binária (1), e assim se revela a kaos-ordenação de nossa 20 realidade e do
mundo que nos cerca, cuja a maior expressão ou símbolo é a figura
antropomórfica, que na maioria das vezes se revela nas imagens enfphlexyonadas,
mas ali está a prova que o ser humano é que descende dessas figuras
bi-reflexivas, que remetem à anjos, duendes, gnomos, os enteais da natureza.
E que além dessa descendência na figura do ser humano e dos animais
herdada dessa propriedade da realidade, a própria natureza aparece enfim em
aprofundamento, demonstrado nas imagens mandálicas surgidas quando do processo
aplicado em paisagens.
Assim nesse momento, Vultur pode defender a tese que a realidade em que
residimos, da forma que a observamos, está situada em uma paragem da matéria
onde as coisas só são porque ao fundo há uma infinda sustentação
espiro-fractal, que o processo emantivo Enphlexyon revela.
Com Enphlexyon podemos observar a extensão do tempo-espaço momentâneo
ad-infinitum, de onde emergem os mitos, os deuses, os seres angelicais e
demoníacos que fizeram casa na imaginação humana, outrora, antes da
possibilidade de um método técnico de os observar, emergiam nas visões
produzidas por substancias expansoras da consciência, os enteógenos.
Por isso em Enphlexyon se defende que o processo emanativo é uma forma
sinestésica de emanarte, porque ela revela de forma categórica os efeitos
suscitados na mente expandida, que entra em contato com essas dimensões
paralelas da realidade habitadas por seres arquetípicos.
-Poeticamente
dizendo disso acima: amalgamas
do cérebro,
ou desdobramento do um, ou da
metade, ou
saudades do duplo, ou ecos do
andrós no
antrós e vice e versa, busca da
entropia da
agonia da solidão, desfacelamento
incorporante
reflexiva, tao da forma revelada...
(ibid)
Ao fim também, Enphlexyon já defendia o fator totalizador da experiência
humana e principalmente ar-tística, onde as partes analógicas masculinas e
femininas ruma à uma complemento em perfeita harmonia, remetendo-se ao Tao,
simbolizada na figura do oroboros do Yin-Yang.
De tal forma que podemos afirmar que esse processo emanativo é uma forma
de provar a completude da realidade onde habitamos, para além do bem e do mal,
ou seja, totalmente amorosa e sensual, onde o Vultur agora vem cravar os
parâmetros físico-espirituais desta função de ser.
Que a arte fora a primeira manifestação espiritual do ser humano, antes
de haver a coisa hedionda chamada religião, é tácito, e que esta arte se deu
por causa dos sonhos, da morte e do sexo, parece certo, porém agora com o
Vultur podemos qualificar, coagulando o rol de criação deste ar-tista, os
pontos e pontes de ligação dessa visão da realidade, elevando para além do que
foi até agora a “arte”, que decaiu naturalmente no processo entrópico da
cultura, tendo Vultur uma primeira manifestação de rebelião e revitalização. A
corrente encadeada deste ar-tistica prova a senda por onde ela emergiu do
inconsciente.
Nesta mandala emanada pelo processo Enphlexyon, original de 2010,
chamada “Refolhamagnificante”, observe o espelhamento e aprofundamento da
realidade. A seguir no texto que acompanha a imagem podemos perceber já a
imanência do “estilo” literário Vultur que coaduna o processo textual do
Analogion.
Para encerrarmos este capitulo da Mito-Poiésis acrescentamos algumas
obras emanadas em 2017 com a técnica Enphlexyon, onde reverbera imageticamente
a emersão de figuras antropomórficas à realidade ar-tistica.
“Que o espelho seja expansor e não mais ditador, espelha nossa ilimitada
beleza convergente, de um ponto onde o meio seja o princípio dessa visão; não
mais ecos, mas reverberações... -E o poeta extravasa, imagina e sintetiza um
pensamento, uma visão assim, um poema... “
(Enphlexyon
– 2010)
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