19 de mar. de 2021

Coisas brutalmente perdidas

 

...lidando com coisas
   brutalmente perdidas...
Saudades auto-imune
   esteira de mortos
      paixão não correspondida,
& mais
    no ar que se nega seguro
      à um palmo do nariz
         que agoniza hiperventilação
Na masmorra que se tornou
   a vida cotidiana
Em remissão...

...lidando com coisas
   tolamente cedidas...
Algumas mesmas
   sem nem mesmo terem acontecido,
& outras,
   como as ruas da cidade
      jogadas para ninguém
         depois de certa hora,
Luzes acesas, janelas fechadas
   olhos abertos, portas trancadas,
A liberdade extinta...

...lidando, lhe dando, recebendo
   eternas passageiras novas chances
Através de gritos escuros
   dentro de ecos perdidos,
& coisas, seres
    fatalmente semi-esquecidos,
Nós somos sombras
   correndo atrás de cães
Que roem os ossos
   da nossa memória,
Cadáveres falidos.




Um comentário:

Melissa disse...

Temos todo tempo do mundo... Mas como dói o tempo que estamos perdendo... Tempo onde estamos esfriando como as manhãs cinzentas de inverno, como as luzes que se apagam... Falta abraços, Falta o calor humano... cada dia mais distantes de tudo...