Quando me sinto cansado
& os sonhos se distanciam
com o peso do vento lento da prostação,
Quando me ressinto assim
com não poder estar de imediato
na euforia de todo o tesão,
Revogo a imaginação,
devoro tudo que é feito de espaço & tempo
& esqueço da benção que é esquecer.
Poderia dizer que em nossa totalidade
somos mesmos inexplicáveis,
Assim como não defino
o desejo que me acomete na exaustão;
Acho que por demais
pensar na simplicidade
A complexidade ilusória de tudo
vem como contra-maré ao meu nada.
Mas o mundo & as coisas
que chamam de coisas continuam lá;
Queria, antes, as encontrar
para poder destruí-las,
Porém de tanto me extasiar
com as paisagens imperfeitas & destruídas de meus sonhos,
Não concedo à esse mundo
a mínima chance de me agradar.
Aqui, por entre a gravidade,
a seriedade & a morte,
Há pouca coisa que me prende
na carne & no medo, mas também no querer;
Meio século passou,
passaram-se milhares de aeons,
& ainda pondero
na carne, no espírito,
Por que queremos o que não temos
se não temos o que outros querem...?
nem nós mesmos
nem nós mesmos!