Me arrasto para fora & convido o frio para entrar em mim
Abro minhas portas às folhas secas rolando com o pó do chão
Abro as frestas do meus poros fechados às partículas de gelo
Que contaminam o ar com o peso de sua febre de morte & renascimento
Sejam bem vindas, façam abrigo em mim
& me protejam de qualquer sentimento...
Nesses dias, enquanto o mundo se afasta do sol
Tenho sentido as vertigens da inutilidade de tudo
Imerso em um teatro de desespero
Onde as verdades emergem como se saída de rochas glaciais
Elas exalam como frio em um rodopiante arrasto da entropia
Até o fundo imóvel & dolorido da impossibilidade do que fazer...
Eu só tenho seu beijo, eu só posso te dar meu beijo
& o fio mínimo & desesperado de calor que vem desses lábios
Só tenho para me salvar o paradoxo desespero que sou para você
& a impossível presença perene que você é para mim
Eu convido o frio para entrar & me petrificar
Para que em eras futuras encontrem esse fóssil de homem
Esperando um lugar & um tempo
Onde se possa sobreviver sem te querer...
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