1 de ago. de 2024

Inveteroversos

 

Sou marginal
  & às vezes penso
nesse crime que é a Poesia...
Desconhecida de quem a pratica
Cravada nas costas de quem não se fere
   Irrelevante para as estatísticas
    Desnecessária no fim dos acertos de conta!
...dores nas alturas onde nuvens se roçam...
Sou malfeitor
   & às vezes peso
na balança da injustiça o que é a Poesia...
Nessa fuga forma de expressão
Neste exílio vazio de sentido alheio
  Que falamos para dentro
   & fugimos para fora!
                                       Ou vice-verso tanto faz!
...flores nas rachaduras do concreto...
Sou salafrário
   & descarto o peso do pensamento
na vida invertida sem moral e ética
                                     .      do desviver poético
Cruzando com as nulidades
Parindo os buracos-negro
  Cometendo os crimes exemplares
    Punido com a pena & o descaso normal!
...gozos das palavras postas para copular...
Serei o único bandido
   a ter coisas & nadas
   espalhados por aí...
Não só as palavras nuas ou ocultas
   incultas ou possuídas pelo demônio
   & pelo resto da ignorância das castas
Mas também a má fama rasgadas
   diluída & cuspida pela língua dos outros
   nas ruas & prédios prisões de cegos
& de todo rebanho
   que pasta as próprias certezas
   & nem me conhece...
Concreto por entre as rachaduras das flores!
Nuvens nas alturas das dores que desabam!
Cópulas de palavras estéreis que parem poemas!
O mar, o mal, o sal sobre a terra lotada prisão
   & abandonada dos tempos sempre finais
   cuja essa liberdade é meu verso & refrão...



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