Tendo
lembrado & relembrado
O
estranho furor dos dias que anestesiam a alma
Repousei
na memória do meio-dia
das coisas que nem sei...
O
que me dizes, Águia & Serpente?
Aceitar
as verdades dos outros
É
um longo caminho que sequer tenho o mapa
As
razões que fazem você dizer os seus lamentos
Não
são as mesmas que me fazem desejar minha própria dor
Nos
últimos dias então viajei em uma dor lancinante
que me visitou dentro do sono
&
com ela pairei sobre a própria realidade
desfigurada do sentido que sempre nos faz
fugir do que dói
Depois
dali, procurei por ana em palavras alheias sussurradas
Mas
não tive mais que o próprio carinho
daquela dor pela qual naveguei dentro da madrugada:
Seu
acalmar...
Agora
pairo anestesiado
por entre encruzilhadas que eu não soube
desarmar
Falam-me
os vazios e os horizontes do mundo
sobre um lento despertar:
“Enquanto
houver nuvens há esperança...”
Enquanto
eu crer no milagre, pode o milagre chegar...
Que
chegue a tempo
salvação do meu corpo, salvação de minha
alma
Para
ti reservo o fascínio do fluir calmo
dos rios do céu,
que cedo ou tarde,
desabam como graça
em
chuva sobre o chão.
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