Chega o final de ano e somos inundados por uma enxurrada de mensagens de
esperança, enaltecendo a vida e o otimismo calcado no simples conceito da
benevolência que promove o comércio e a alegria na sociedade.
Porém nessa mensagem quero me dirigir aos “homens do mal”, àquelas
pessoas ruins, que promovem a discórdia, a desordem, a decadência e desesperança
na sociedade, essas pessoas, homens, mulheres, jovens e adultos que com sua
presença, por onde passam, são um foco de decadência e corrupção em nosso
mundo.
Essa mensagem é endereçada também às pessoas que fecham os olhos à
verdadeira essência do mal que há entre nós, àquelas pessoas sem consciência social
e política, àqueles que creem firmemente que o mundo não é complexo em sua
manifestação, que tomam o real como única forma possível das coisas serem, e
que assim creem que o mundo termina nos limites de sua cabeça, que o que
importa é aquilo que os muros de sua casa delimitam, que acreditam piamente que
a vida se resume no que é noticiado nos meio de comunicação “oficiais” e que
tudo mais é normal, banal, imutável.
Aos ruins, aos piores, aos maus, o que tenho a dizer é que a única coisa
que me desagrada neles é a irredutível posição de não quererem ser melhores,
pois no mais, o mundo mesmo há de os julgar, e o “mundo” aqui é a totalidade
das coisas, a complexa rede de inter-relações que podemos chamar de “Vida”.
Essas pessoas errantes, que andam por aí, nas ruas, nas escolas, nos
bares, nas igrejas, nos órgãos públicos, saibam que o mundo nunca os tolerará
como são, por isso a vida de pessoas assim tende sempre ir de mal a pior. Pois
as pessoas de bem nunca realmente toleraram ou tolerarão as pessoas assim...
Por mais que as pessoas ruins andem no meio de nós, destruindo a
harmonia da sociedade, destruindo em pequena escala a paz e a harmonia que as
pessoas de bem constroem e cooperam por existir, imputando desordem nas salas
de aula, nas empresas, na administração pública, sempre chega o momento de ser
cobrados dessas pessoas uma posição definitiva em relação a como elas agiram ou
agirão.
A história nos ensina que gente assim sempre será cobrada a respeito de
seu caráter, de suas atitudes. Muitas vezes vemos indivíduos relapsos e
revoltados contra o mundo, desleixados com sua educação ou com sua vida
profissional, com suas famílias e com a sua comunidade.
Invariavelmente a vida dessas pessoas se deteriora, e em algum momento
de suas vidas lhes é cobrado ou pela lei ou pela sociedade aquilo que devem.
Muitas vezes pessoas assim se creem perseguidas, indignadas pelas injustiças
sociais, ou quando não antes, se creem acima da lei, intocáveis pela sociedade.
E esse é seu maior erro, pois a vida sempre cobra a conta da desarmonia que
eles impetram em seu meio social.
Hora é mesmo os estertores da Lei e da Ordem que os pune, outra vez são
os rumos da própria vida que escolheram que vem acertar as contas, e quando
menos percebem suas proles se voltam contra eles, onde vêem os próprios filhos
se revoltando contra o tipo de consciência que seus pais querem insistir em
perpetrar.
Isso se dá porque de geração em geração é costume dos filhos se
insurgirem contra os pais, e quando aquilo que os pais lhes legaram é a
pobreza, seja material ou de espírito, os mais novos vão sempre de encontro ao
que pode lhes redimir e dar uma vida melhor, seja na forma de reforma moral,
seja em busca de um pouco de bem-estar e prosperidade.
Assim, muitas das vezes, esses elementos errantes, fonte de baderna e
discórdia, são alijados pela própria vida, tendo como legado apenas o fúnebre
acerto de contas traumático com as novas gerações.
Não arrogo aqui um acerto de conta histórico, não invoco aqui também uma
espécie de revanche cósmica contra os estúpidos, cada um percorre nessa vida os
caminhos que livremente escolheram, e ninguém paga pena por aquilo que em
liberdade decidiram, mas tudo no mundo tende à harmonia, mesmo que a harmonia
seja apenas uma forma doce de se ver a própria morte.
Também não conclamo um monumento existencial à passividade ou à
quietude, o que estou fazendo é enviar uma mensagem de seriedade e sinceridade
aos ruins, aos que não querem melhorar, aos corruptos e aos estúpidos e
estupidificados o bastante para não perceberem que tudo muda, tudo um dia
passa, e assim passa e se transforma e exige reparação de toda a mediocridade e
indiferença que as pessoas cometem em suas vidas.
No mais conclamo às pessoas de bem não abrirem mão do amor, da beleza e
da felicidade, pois isso é o que sempre nos diferenciará daquela parte nociva e
corroída de nossos semelhantes, os quais porém escolheram divergir de nós
optando pela estupidez recorrente. Esses sempre são punidos, e começam a ser
punidos por eles mesmos, e por mais que vivamos em tempos difíceis, muitas
vezes causados por essas pessoas mesmas, isso é só parte de um grande processo
de seleção no qual ao final o bem e a vida sempre vencem.
Toda mal sempre está destinado à derrota, porque o mundo foi feito pela
vida, e as coisas que estão diante de nós só existem pelo esforço da própria
vida, a qual mesmo frágil, é um centro de liberdade e esperança, e justamente
por ser essa sua essência, a vida sempre impõe à realidade a condição básica
dela continuar, pois o bem aprende com o erro, mas o mau é sempre superado e
transmutado pelos suas própria ignorâncias.
Aos bons ainda digo, não temam o mal, não temam esses tempos difíceis,
não temam os corruptos, os bandidos, os estúpidos, pois o grande fulgor de
nossos dias não passa do mal combatendo o próprio mal, e esse é o estágio final
de toda emanação de tudo que é ruim.
Procedida toda limpeza, os bons voltam novamente a desfrutar as benesses
de se ser bom, onde nossa maior fortuna é ainda existir, pois existir em
maldade não é existir, mas sofrer, enquanto existir na bondade e na beleza é
cumprir a finalidade da vida, e receber o que de bom a vida tem para doar,
poder desfrutar do amor, da dignidade e do prazer justo, sentimentos que só os
bons conseguem acessar, vivendo assim toda a totalidade da existência, e não só
parte dela.
Pax Konx!
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