...enquanto na
manhã de Sábado
Uma chuva de dervixes desce
bailando
com as folhas desavisadas que balangam da
paineira
& caem
A água ferve mais rápido que na
sexta-feira
para enfim eu passar o
café...
Lá
fora não parece nem verão
quando o silêncio da vida invade o mundo
com o cessar do
chuvisqueiro
O
gato até anima em ir verificar os vasos de plantas
& ronronar ali a lenda da
manha
enquanto eu penso em fazer chá também...
Troco o sabor da noite de sono na boca
pela cremosidade do pão quente com manteiga
derretida
&
experimento saber o que esse sabor familiar
me fala sobre os sonhos últimos
Mas eu não recordo nada
quando um vento frio enche de
suavidade meu pensamento...
Um
raio ninja seguido de um trovão samurai
distingue enfim o fim da chuva
dispersando os sufis de guarda-chuvas
como folhas molhadas varridas
& eu sigo rumo dentro
ao fim de semana...
amanhã não será Domingo...
amanhã não será essa manhã
Amanhã
se chegar será não-hoje, muito tarde depois
&
lá eu vou pensar na saudade de ontem
Quando,
por quase nada,
eu acordei em uma manhã perfeita &
calma...
que durou o tempo entre
a água ferver, a chuva parar
& uma folha cair.
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