Despedidas

 

Na outra vez que parti
   não olhei para trás
      era tudo fuga
& o que deixava
   escurecia & se fechava atrás de mim
Como jaula que não se escapa
   mas se fecha como mala
      & se carrega junto...

...passos pesados no escuro ...a noite que cai
& segue junto ...o novo dia que nunca raia
...& só começa com a gente longe
...tão longe que está de volta...

Daquela vez
   eu fiz a coisa certa
      fazendo tudo errado
Dessa vez
   não há certo nem errado
      nenhum peso ou escuridão
Só adeus
   & nunca mais...

Aquietar

 

Já não aguento mais falar
   dos dias & das horas...
Essa fixação pelo cotidiano
   toda miséria que temos...
& vem o amor, a morte, a fome
   & qualquer porcaria de dor
Querer ser expressa
   em parcas palavras...

Eu tenho sentimentos & emoções
   que não cabem em palavras ou frases...
Eu tenho sonhos & visões
   que ultrapassam as imagens...
& sequer eu próprio
   as carrego só...

Sabemos que é o fim do mundo
   quando os dias querem voz...
Serem conclamados, expressos
   na excreção dos poemas dos loucos...

Sabemos que é o fim de tudo
   quando o encanto se criptografa em letras...
& não há nada mais de novo fluindo
   para a realidade que se exauriu...

Já não aguento mais falar de tudo & de nada
   quero agora aquietar...

IIIDesquotidianos 2

 

Os dias para te esquecer
São dias cobiçando o suicídio
Um minuto a mais
Cada vez mais próximo da distância
Até passar o vazio
Pela força da raiva
Pelo prazer do ódio
Para enfim sobreviver
Apesar de querer me destruir
Apesar de querer sumir
Junto com qualquer memória
Falsa ou verdadeira
Do que se foi
Os dias pra te esquecer
Tormenta & agonia
Em cada rua, cada lugar
Até enfim... esvanecer!


Uma madrugada a noite te expulsa do sono
Uma manhã a pressa te parte a paciência
Uma tarde a inquietude te expulsa da tua casa
Uma noite você se vai & volta diferente
No ocaso você quer sol
Na aurora você quer lua
Ser expulso da cama pelos próprios pensamentos
Ser acordado pelo silêncio
& ter que enfrentar mais um dia, agora mais longo, no completo vazio


Procura por uma fonte de água, é deserto
Procura por um pouco de gente, é cemitério
O ar que já não preenche deve ser compartilhado
Se perde no meio das horas
Se engana com um pouco de carne
As ilusões já não bastam
Quando o que lhe falta é a ilusão maior
Revira o amor nas páginas de livros velhos
Recolhe a liberdade na poeira do chão
Ainda nem é meio dia
Mal sei os que com a meia noite virão
É tudo desprezo & planos mal traçados
É a pura sorte de não ganhar nada zombando da morte

Impacto

 

Tive sonhos ruins essa noite
Mas quer saber,
   eu nem me lembro...

Eu pisei as mesmas ruas
Cada passo um pedaço de ontem
   que mais há para se lembrar?

Um sonho, uma memória, um ato
Diferentes são
   na medida que ficam ou vão...

Tem dias que amanheço cru
Os pés em carne, a mente em esquecimento
   amortecidos pelo asfalto & pela frustração...

Impacto é tudo que temos
Contra paredes, ruas, corpos
   & uma chance de desaparecer...

Coisas mínimas
Se chocando com a dispersão
   a vigília, o nada, a realidade!

Errância / Herança

 

Se criam
Se acabam
Herança
Se acabam
Se criam
Errância

Os mortos se criam numa grande tristeza

Os vivos se acabam numa pequena alegria

Se acabam

Se criam

Herança

Se criam

Se acabam

Errância

Experiência do Exílio

 

Experiência do exílio
Perene & constante
   falta
Queda para longe
   do lar
Perdido em meio à guerra
   entre a carne & o nada

"Experiência no exílio:
Lembro de uma tarde com você
   em um bar
Onde tudo estava perfeito
   & completo
Até o momento de partir
   & ficar longe..."

A carne apartada de sua carne
O coração distante do seu pulsar
A boca longe do hálito que ama
As mãos presas na pedra fria
Os olhos cercados pelos muros da prisão
A palavra sem os ouvidos que a compreende
& toda essa solidão errada
   destinada à incompreensão
Como animal que sofre
   sem saber porque
Longe de casa... longe do caso...

O que você fez por mim?
O que eu fiz por você?
Caminhos trilhados
   para nos perdermos
A cada passo próximo
   uma vida mais distante
Não se pode conectar
   dois exilados de si

Experiência do exílio
Os caídos, os expulsos
   derrotados em uma causa perdida
Que insistem no retorno
   se perdem mais
Até esquecer
   de onde partiu

"Experiência no exílio:
O tempo & o espaço
   diante nossos corpos
& o mundo se diluindo
   em um encontro casual
Onde se pensa que retorna ao paraíso
   sem saber que é um habitante do inferno..."

Elã

 

Descobri...
Sabe aquela vontade que não passa?
A vontade de ficar bêbado
   Vontade de sumir
      Vontade de me perder na noite
         Vontade de excessos
Vontade de
   não de sair da cama, matar um cachorro atropelado, subir pelas paredes, virar lobisomem,  falar verdades aos neandertais, ir à lua na força da raiva, declarar guerra ao mundo, comer um cu, exumar rancores, plantar jardins, gritar de dor, arrancar um dente, fazer um bolo, salvar a pele, comer pimenta, cair no fogo, subir o morro, descer a rua, sair pela tangente, roubar um banco, secar a língua...
Vontade das coisas ditas & inauditas
   do consciente & subconsciente...
Sabe essa vontade que não passa?
-É você!

Esfera

 

Somos uma esfera oca
Em volta da qual
Vai se emaranhando as coisas da vida

& as coisas vão se sobrepondo
Volta após volta
Tudo vai pesando

Atraímos para esse rolo
Outras pessoas
Com seu próprio emaranhado

Elas vem para nosso novelo
Não como outro emaranhado
Mas só com seu peso próprio

Até um dia que tudo colapsa
Com o peso do mundo
& engolimos tudo

Ou somos sugados
Pelo colapso do peso dos outros
Sendo engolidos

Alguns veem como única saída
Desenrolar o emaranhado
& largar tudo para trás

Outros se entregam
Ao peso dos outros & só restam torcer
Que haja uma saída de dentro do fosso

Os que se desemaranham descobrem
Que é melhor se unir em duas esferas
& dividir o peso das coisas

Mas para isso é preciso
Deixar tudo para trás
Para recomeçar

A vida... em seu movimento circular
Atrai & repulsa
Conforme nos conformar

Do Outro Lado

 

& talvez...
     do outro lado do buraco negro
                                       haja uma saída...

Lá dentro da caixa escura
Da concha fechada
Do cofre sem senha
Do quarto sem janelas
Do coração lacrado
Do poço sem fundo
Do outro lado
   do que não tem lados
Talvez haja
       uma saída...

Nós
   grão de poeira
      no centro do emaranhado
De carne, ossos
   concreto, fome & aço
Com mal resolvidos casos
   & calçadas trincadas a pisar
Caminhos, camas, mesas de bar
Tudo embrulhado em volta do grão de nada
   pesando ao infinito até colapsar
Tendo que dar conta
   das atrações gravitacionais
      de outros buracos negros
No jogo de puxa & empurra do amor
   até a vida acabar

Sairemos... se sairmos,
                            os mesmos?
Se nem sabemos como entramos
Caímos ou despencamos
Arrastaram-nos, pulamos...
Eternamente congelados
   para quem nos vê
            de fora

Enquanto isso
   dizem que não custa acreditar
       ao preço só da sanidade
Que do outro lado do buraco
   talvez... haja uma saída
Ou outra entrada...

Armistício na Terra Plana

 

A realidade insuperável
Do
   Quando um não quer
       Dois não se amam...
Ultrapassa a ilusão de perfeição
    Que qualquer romântico pode ter da afeição

Pois o silêncio ensurdece no olho do furacão sob o solo da paixão
A distância faz despencar na borda da terra plana da rejeição
A saudade pouco a pouco se torna planta venenosa do elixir da vida
& até a saúde se desgasta
    Arrastada pela degeneração da alma
      Que enfim vaga de novo no vazio da solidão

Trégua
   Bandeira branca
      Armas depostas no altar do tirano do reino do abandono
Trégua
   Bandeira negra
      Armas engatilhadas diante da fronteira do invasor que se retira
Para o nunca mais!

Ricochete

 

Como não está nada quieto
   & podemos crer que não estamos caindo?

Iludidamente imóveis nas situações,
   na inércia das rasteiras
   na reação contraria às decepções...

Sentimo-nos parados              
   nessa constante                    queda
      em que estamos

Despencamos
   Escalonamos
      rumo à algo
    constantemente
& não reparamos

Aceleramos, retardamos...
   velocidades definidas relativamente
      tendo em vista
         de onde caímos ou decolamos
            & contra o que vamos nos chocar

Mas também qual nossa
                vontade
                                                  de avançar!

Então a verdadeira pergunta é:
Estamos caindo
   ou subindo?

IIIDesquotidianos

 

Fatiar o cotidiano
& temperar
   com tempo transverso
Renovar o verso
   do que somos avessos
& penetrar cada momento
   como quem se despe
      vestindo a nudez de uma novidade

Hoje eu queria algo
   não qualquer coisa, alguma coisa
         que não fosse normal
Que aparecesse no céu
          ou na porta da minha casa
Que viesse como graça
           ou em divertida farsa
Que fosse...
Hoje eu queria algo
   não qualquer alguém, certo alguém
            que me espantasse
Doasse vida
             mesmo se ela me tomasse
& sorrise lindo
             ou no meu ombro chorasse
Que fosse...

Um vento que virasse a página
Um raio de luz que a paz lembrasse
Uma palavra nova que abrisse a mente
Uma notícia boa que os olhos limpassem
Uma pessoa que abalasse as horas
Uma música esquecida que retornasse
Um momento único que valesse o dia

Agasalho

 

Saía por aí desprevenido
   peito aberto, corpo no mundo
Veio o frio & me abraçou
   me deu prazer, me incendiou
Pela sua raridade & surpresa de o receber...
O frio me envolveu & me despertou
Seu beijo me trincou os lábios
Seu carinho arranhou minha pele
Sua hora de chegar foi cedo para o amor,
   mas tarde para o compromisso
& logo se foi
Tudo... igual à como você fez...
O frio, aquele frio, me abraçou
   & me deu prazer,
      fez lembrar que estava vivo
Pela sua raridade, veio por pouco tempo
   & surpreendeu me fazendo pensar
      como era bom me aquecer assim!
Tudo... igual à como você fez em mim...
Agora, de volta, mas sem amparo
   o frio faz lembrar
      como é bom o abrigo
         de outro corpo!

Ciclo

 

Essa coisa chega
   insisto em desdizer
Que é dia, manhã, nova chance...
& clareia lá fora
   com sua fantasmagoria de luz
Bruxuleia pela cidade
   rua por rua
      & se arrebenta contra a minha janela
Fere meus olhos
   com suas ferpas de claridade
& clama, muda
   que é hora de levantar da noite
& deitar os pés
   no chão sob o sol
Sem nada à esperar
   só com a penumbra do passado
      mordendo os calcanhares
& o agora se abrindo
   no brilho de cada instante

 

Sol, no Plural

Tantos sóis lá fora
   um para cada um de nós
Um pra cada casa, telhado, muro
   um pra cada folha, asas, olhos
Cada mão, cada corpo
   cada vivo, cada morto
Pra iluminar & aquecer
   pra fazer lembrar & esquecer
Que a noite passou
   & mesmo se o frio ficou
Amanheceu
   & vai aquecer
Um sol pra cada um
   não dizendo
Que o amanhã é seu ou meu
   mas que o agora é nosso 
      & o aqui é tudo!

 

Lacrimar

 

Às vezes me desencanto
   & me pego bebendo lágrimas...

Nem sempre me dou conta,
   só quando seu sabor salgado
      me inunda a garganta.

É parte de mim esse sal
   foi feito no meu âmago,
     do meu bem & do mal.

Mas na gota também há água
   que irriga os cantos agreste da minha face.

Então sinto:
   Há sedes que só se saciam
      afogando em choro...

Mesmo na água salgada
   há chance de um doce consolo.

Escorre assim
   água, sal & a regato de uma dor
      caminho sempre de um alívio depois!

Pranto também evapora
   tristeza também vai embora

...fico o peso de uma lágrima mais leve
...estou um oceano a mais livre

A👁Z

 

A
...então eu me cansei!
Parei de procurar frases para se dizer
   & comecei a as escrever...
Parei de ler com os olhos
   agora falo com o caos(r)ação
& sobre tudo
   fala...rei!
Z

-Sobre Ler:
Aprende-se
Prende-se
    gosta, cansa, arrepende
Livra-se
   Es...crê...vá

-Sobre a Estrada:
Longa que não vai a nenhum lugar
Não quero chegar
   só ...vi...a...já...ar...

-Sobre Amor:
Palavra oblonga
Decomposta em:
   ...paixão.saudade.loucura.gozo.sorte...
Nela há o ar, a morte,
   a romã do Hades
   a maçã do Éden
      & toda a fome dos homens!

-Sobre Sonho:
Bom é ressonhar
Lembrar dos sonhos & os alongar
Desperto
   sonolento
      no tecido do subconsciente vagar

H...Ordo

 

Todos são selvagens
   todos são violentos

Os ativos violam
    os passivos se deixam imolar

Pedra esfolando carne
   água caindo no asfalto

O espaço faz colidir
   o tempo desintegra

O mato cresce trincando o concreto
   o mosquito pica espalhando a peste

O amor sai do caos
   & ao caos retorna mais insano

Tudo se destrói
   todos se devoram

O mundo é um moedor de ossos
   o cosmos um crematório

 

Mansidão

 

Mansidão... não conheço!
Nem luz, nem escuro, nem vento
Nenhuma palavra, saída de boca
Nenhum gesto, de mão ou de corpo
Nenhuma situação, em casa ou no campo
Nenhuma intenção, indiferença, escopo
Não há nos santos, demônios, nos outros
Nos animais, nas rosas, no lótus
Machados, sandâlos, fogos
Nem nas bocas que se encontram
   beijam, mordem, comem
Na respiração sequer
   no instante final
Ou no começo de tudo
Nem nos que se agitam
   & depois se aquietam
No cançasso, no vigor, no descanso
Nem sequer na serenidade
   que é só um preparo para a violência
Nunca nos tais mansos
   que herdarão a terra
      palco de toda atribulação
& nós que passamos
   vimos isso tudo, sem conhecer
Mansidão...

Afecto/Infecto

 

Cuspo no asfalto
   o pássaro caga no ar
      o cão mija no muro
         & o peixe baba na água...
As formigas cavam outra loca
   longe da boca onde jogaram veneno,
As vespas tecem sua toca
   com o que defecam à esmo,
& os carros na rua lançam lixo no ar
   só para nos levar a outro lugar.
Paro, respiro, mato um inseto,
   arranco o mato da fresta do concreto...
Conspiro com o tumor:
   viro na boca um copo de narcótico
      como gordura & peçonha sintética,
Viro para a alma,
   folhas secas caídas da perfeição,
      & com minha gargalhada 
         espalho vírus criados em laboratórios;
Pois já que dizem, ou nunca ouvi?
Que a alma maculou a matéria...
Mais uma dose, mais um ato de poluição
Aquilo que não mata, mas não esquece
   aquece o sangue
      que leva pra memória carnal
         tudo que nos faz ignorar
            que estamos prestes a morrer & matar!

De repente...

 

Um longo momento
   de choque da realidade
Se escondendo
   cada vez mais lento
Nas entrelinhas do tempo
   de nossa idade
Na frente do espelho opaco
   do dia a dia
      do ocaso
Caímos em frente
   de joelho, não por acaso
Seguimos sempre
   rastejando por um caso
Vamos decompondo
   vivendo na gramática & na falácia
Até nós darmos conta
   que não precisávamos
      provar nada
& quem nos cobrou
   era justamente quem menos acrescentava

Era uma vez...

 

Tem um lugar no passado
   sempre no passado
      onde está a felicidade...

& há os que dizem:
   que não sabiam!
Há os que nunca souberam...

Um minuto atrás
   uma hora
      um ano
         uma vida
Sem sequer suspeitarmos
   do quão amargo
      é feito o amanhã.

Se não fossemos eternos
   feitos de tempo, porque é isso que somos
      enquanto perduramos
Imortalizados na memória, nas fotos,
   nos fatos, no esquecimento do que se foi
Seríamos simples mortais
   & do passado nunca sairíamos
Contrariando o que está reservado para nós!

Nexo

Leio nas linhas das dobras da tua pele
   poemas & imprecações
      que emergem da tua carne
Capa viva de charque
   que urge em estremecer
Ao toque do tempo, da mão
   da violência de estar viva
& te paralisa ou te move
   em busca de achar-se
      & se perder por aí...
Vou atrás seguindo as linhas
Na cobiça que não se perde do ver mais
Cubro léguas com os pés do olhar
   pelas curvas de suas ancas
      circulares de costa para mim
Te alcanço com a língua
   com o beijo, com o falo, o pincel
Em contato fremitante
   acima dos ossos
Pedra com pedra, cal, cascalho, sal
   minério,  tesouros encarnados
      que decompõem-se
          mas continuam vivos
            sentindo dor & prazer!

Festim

 

"Amor é apenas o nome do

desejo e da busca pelo todo". 

- Platão in 'O Banquete'

O que é bom
   também mata,

(Cada dia mais eu entendo os álcoolatras
   em seu jogo de resistência & entrega
A vitória de um dia sóbrio no horror
   ou a derrota de um dia embriagado
      na afeição & graça
Cada dia mais, um dia a mais...
Para os viciados, os carentes, necessitados
   entendendo-os, pobres
      à quem não falta nada
         mas mas não possuem
            o mais importante...
Eu entendo a função da fé
   no desespero do futuro
Eu entendo a esperança
   na precariedade de saúde
Eu entendo a vida
   na iminência do desaparecimento
Eu entende essa falta
   quando somos o que temos
     pra dar & recebermos
Cada dia mais, um dia a menos...
Nesse nosso grande momento
   tantos pequenos empecilhos
Que diminuem a existência
   & extendem o vazio que nada preenche
Eu entendo os loucos
   com a razão pura da recusa do impossível
Entendo a profundidade da saudade
   que se entrelaça com a solidão
Eu entendo os famintos
   que se fartam de deleite alheio
Eu entendo os que sofrem
   pelo prazer de amar demais
Cada dia mais eu me entendo...
Primor do vício
   no sonho de ser)

   pois prolonga a vida
O que é ruim.

Saudade

 

            ...Saudade...
                          ...vontade de reviver...

Qualquer coisa sentida além
   é entulho de memória
      peso, poeira, pena, coisas destruídas
                         a se descartar.