Cuspo no asfalto
o pássaro caga no ar
o cão mija no muro
& o peixe baba na água...
As formigas cavam outra loca
longe da boca onde jogaram veneno,
As vespas tecem sua toca
com o que defecam à esmo,
& os carros na rua lançam lixo no ar
só para nos levar a outro lugar.
Paro, respiro, mato um inseto,
arranco o mato da fresta do concreto...
Conspiro com o tumor:
viro na boca um copo de narcótico
como gordura & peçonha sintética,
Viro para a alma,
folhas secas caídas da perfeição,
& com minha gargalhada
espalho vírus criados em laboratórios;
Pois já que dizem, ou nunca ouvi?
Que a alma maculou a matéria...
Mais uma dose, mais um ato de poluição
Aquilo que não mata, mas não esquece
aquece o sangue
que leva pra memória carnal
tudo que nos faz ignorar
que estamos prestes a morrer & matar!
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