& talvez...
do outro lado do buraco negro
haja uma saída...
Lá dentro da caixa escura
Da concha fechada
Do cofre sem senha
Do quarto sem janelas
Do coração lacrado
Do poço sem fundo
Do outro lado
do que não tem lados
Talvez haja
uma saída...
Nós
grão de poeira
no centro do emaranhado
De carne, ossos
concreto, fome & aço
Com mal resolvidos casos
& calçadas trincadas a pisar
Caminhos, camas, mesas de bar
Tudo embrulhado em volta do grão de nada
pesando ao infinito até colapsar
Tendo que dar conta
das atrações gravitacionais
de outros buracos negros
No jogo de puxa & empurra do amor
até a vida acabar
Sairemos... se sairmos,
os mesmos?
Se nem sabemos como entramos
Caímos ou despencamos
Arrastaram-nos, pulamos...
Eternamente congelados
para quem nos vê
de fora
Enquanto isso
dizem que não custa acreditar
ao preço só da sanidade
Que do outro lado do buraco
talvez... haja uma saída
Ou outra entrada...
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