15 de jul. de 2023

Desvida

 

Na cidade congelada
A inércia das estrelas mortas
   Me empurrou para uma sombra na noite...

Ali, nem os fantasmas do meu passado
   Me reconheceram
& pude partir leve
   Sem muito o que carregar...

Rondei por entre as vias em contramão
Relegado só à solidão
& me perdi por entre
   Todos os lugares que eu sempre conheci
O fantasma sou eu...

Por entre as ruas da cidade
No meio das pessoas vivas
Por entre as paredes da realidade
   Eu passo & ninguém me vê...

Busco túmulos incertos
   Para repousar meu corpo cansado
Procuro por tumbas recém abertas
   Para sepultar minha querência
Covas coletivas
   Onde meus pedaços se misturem
      Com todo o resto violentado
         & estraçalhado
            Das fantasmagorias que ainda virão...



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