Esses dias... eu só precisava mesmo de alguém para conversar... alguém nem perto, nem distante... que ouvisse a fábula sobre a poeira que varro lento... da memória... & sobre seu peso imponderável... que movo com um sopro...
& dissesse que no silêncio dos outros repousa uma espécie de sossego... que não pedimos... mas nos foi dado... como dádiva ao nosso esforço em não ser estúpido...
Essas gratuidades fortuitas... que vem... & algumas ficam... dias & dias... como as palavras que se represam... quando não há para quem as dizer...
Esses dias... eu só queria mesmo alguém que não dissesse asneiras... & que poetizasse antes de pensar & pensasse antes de falar... sem julgar... apenas me acomodasse... na palavra & no escutar... & falasse de carinho... nos misturasse, não confundindo... separando a carência da solidão...
A sorte de trocar palavras com alguém... que soubesse... que aquilo de bom que há de se dizer... não era pra ontem... nem pro amanhã... & que existe um momento que requer tudo de nós... & é o agora...
Esses dias... além do frio que assedia o corpo... queria o calor da companhia sincera... para além da distância... em um abraço... & nas palavras amigas... de quem não diz o quer... nem o que preciso ouvir... nem mentir... mas... algo belo... pra gente descansar... no silêncio enfim... sem precisar dizer mais nada... não como quem abandona... mas que permanece...
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