Eu delirei
um poema
De versos
sem rima
& palavras
desconexas
Ligadas à força do acaso
Que só
muito
de longe
Alguém leria certo
Com sorte
& adivinhação
Assim como a vida nossa
Cheia de vagas & dias de sono
Cheia de dores & fatos desapercebidos
Do mesmo jeito que passa os dias
Não enfileirados
Mas calçados pela fantasia
...que tudo está normal
& segue firme sua sina...
Acordei
com o desejo em pé
& sussurros
certeiros
me ensurdecendo
Atravessando o sonho que acabou
& era dia
mas não era
Era canto
mas silêncio
Era frases
sem ecos
Um refrão
para resto
Assim como nossos casos
Cheios de falta de sentido
Cheios de grandes vazios
Do mesmo modo como voltamos à noite
À procura de desequilíbrio
Que justifique nosso esquecimento
Que a vida é passageira
...mas que é eterno nossos erros
enquanto estamos aqui tentando acertar...
Uma palavra
ao acaso
Como reza
para caos
Que ainda não percebemos
pois amamos
& não somos retribuidos
& gastamos nosso tempo
Antes de repetirmos
nossa vontade de ser
indecifrável
Porque somos confusos
& passíveis de errar
Enquanto pensamos
saber tudo
& não mudar nada
Nenhum comentário:
Postar um comentário