A cidade a cada dia
cada vez menor
engolida pela boca faminta da noite
A escuridão cerca
& o céu cada vez mais baixo
nos espreme na inexpressão
Temos que cruzar territórios inóspitos
para chegar à outros lugares
irrisórios & distópicos
Vazios, valas, nadas
entre onde estamos & onde vamos
nos perdemos & rachamos
A cidade a cada noite
anoitece como os corações
ocasos ao acaso por entre as casas
Cercados, invadidos, inválidos
pelo nada que nos cercam
até o fundo do poço
dos corpos em trânsito
Esperando cada um
ser comprimido entre dias & noites
& corrompidos pela solidão
que nos cerca & acerta
Entre escuros & claros
frios & fogos de luzes & jogos
que derretem a cidade
& a carne que uso pra ir & desvir
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