Há uma enorme fome
abaixo d'água, dentro dos rios
no fundo dos mares, no céu azul
entre todos os animais
dentro de nós
Uma enorme fome no mundo
abaixo da consciência
nos pensamentos, na carne,
átomos, estrelas
& nos buracos negros
Milhões de mundo
zilhões de bocas & vísceras vazias
prontas para devorar à tudo
& a si mesmas
em um banquete parco
Dorme conosco & desperta de novo
o estigma de tudo que está vivo
fome perene, dos olhos até a sombra
apetite que sobra incompleto
pela falta que mata
& há hordas que digam, sintam
que não temos culpa
se podemos plantar & colher
se podemos abater
& com fogo & com sal tudo melhorar
Em fome, disforme
a necessidade, informe
querência, disparidade
entre o limite do corpo
& o infinito da vontade
Nenhum comentário:
Postar um comentário