11 de mai. de 2017

Refino

A beleza da finitude é ter começo & meio & fim...
A sedução da finitude é fazer sentido.

Como deve ser triste o Infinito,
   me compadeço do Cosmos, do Deus, dos estúpidos,
   por não conhecerem limites,
   esses monstros devoradores...

Escarneço dessas mentiras:
   a felicidade, a paixão, a evolução, a liberdade,
   de todas as lacunas aparentes não percebidas no raciocínio,
   de toda nudez explicita censurada,
   de todo mal que vem para o bem & os remédios amargos,
   infinitos de ignorância...

Singularidades no meio das galáxias, absurdos lógicos,
   algoritmos de visualização,
   anjos sobre o céu do mundo,
   perdão dos pecados,
   a santidade no começo da eternidade...

Amo a imperfeição, a exaustão, a entropia, a fome & a saciedade,   
   essas rotas de colisão,
   esse caos origem de toda criatividade,
   que há de cessar, sem não antes nos salvar,
   justificar a dor & esse suportável existir...

Amo & digo ‘sim’ a essas coisas que nunca são sós,
   o corpo, a visão, a embriaguez, o beijo,
   que sempre precisam do outro para acontecer,
   & acabam para se repetirem...


Esses ‘quase nada’ que são ‘quase tudo’
   o rastro do esforço,
   a astucia, a malicia, o prazer, eu & você,

   refinamentos...


6 de mai. de 2017

• O Amor (ainda) é Um Ódio Bom •

"Não sejas animal; refina teu êxtase!"
(A. Crowley)
Trava tua luta mortal
contra toda insatisfação...
Saiba querer!
Não podemos desejar
nada menos do que tudo...
Há um vazio
a ser preenchido
com destroços de solidão...
Há uma paz
a se conquistar
com sangue, suor & gozo...
Não são essas as oferendas
que levamos em abundância
diante o altar do a-mor?
Nutrição para o caminho circular
que devemos vencer:
Aquela distância intransponível
em cada olhar...
Esse silêncio profundo
entre cada palavra...
Tal saudade da perfeição
sentida em cada defeito...
Então faz sempre
como aprendeu com a fome,
Controle o que te controla
através da Liberdade.
& se o Amor é a Lei,
o ódio é uma prisão
que nos deterá enquanto formos bons para com tudo que restringe...





-Facebook 12/03/17

• Não Há 'Se' Em Poesia •

Se for para pregar no deserto
Que seja palavras tempestuosas, decerto;
Se a sina é falar no vazio
Que fale sobre o Nada & seu cio;
Se o castigo é não criar novidades
Que seja casta a sina de mudar com a idade;
Se o alvo de seus poemas já não está mais entre nós
Desate o nó da vida & brinque com a morte a sós;
Se o intento frustrado é sucesso
Saiba que o fracasso é muito mais estrondoso para o espírito que ama excessos;
Se não há "se" em poesia
É porque ela é "de-si..."
Feita fêmea como todo "sim!"





-Facebook 01/04/17

• Compasso •

Pensa com o pé & achará o caminho do salto, eis que se abre diante de ti teu abismo...

Toma-o com as mãos, não como medida, mas como compasso da criação, poema...

De todo caos emerge amor,
De todo salto, vertigem,
De cada palavra, arte.
Pés & mãos... o carinho que lhe concerne: o toque no lugar certo!

Quem tocou com os pés o chão de Malkut sabe do que falo,
abismos que não se alcançam com as mãos,
ocupadas que estão com os Mudras da mágicka!




-Facebook 22//04/17


•.:93:./\.:36:.•

O Grande Arconte voltou,
Eis que pavimentaram sua estrada
& agora Kronos adentra pelo Arco
Toquemos a Lira
Para mostrar que dançamos
Apesar da fome insaciável
Somos aqueles que romperam
o anel do Eterno Retorno
& na nossa canção, seus ritornelos estrondam:
-As estrelas não nós governam mais!




-Facebook 19/03/17

Minha única metafísica



-Facebook 29/03/17

Outrora...


-Facebook 26/03/17