28 de jul. de 2019

Meus anjos não precisam de asas!
Quando voam
é o chão que se distancia...
Quando guerreiam
pulam no fio da espada...
Quando amam
é o mal que transformam...
Quando sonham
sou eu que tenho pesadelos...
Meus anjos nãos precisam de asas!



[Vultur]

15 de jul. de 2019

{Caosia}

Põe poeta...
Põe no poema,
   seu saco de caos,
      que poesia tem baixa entropia;

Extravia deste caso
   o ocaso desse caos
      de onde provém a ordem;
&JáCuLáR.......

Ordenha do caos o acaso
   & sorvescreve esse magma,
      pó & cia.
         ...ilimitada...


12 de jul. de 2019

Antído(r)to

Creio no amor,
no seu amor,
Destrutivo como veneno
que cura & mata
Com afeto & dor...

Permanece,
como ícone,
Deusa & demônio
nas fábulas que sonhei...

Esse veneno venéreo
que me faz homem & criança
& turva as horas
infinitas que aguardo
a consumação do meu
melhor engano...

Qual refrão que não percebo,
que não sei cantar,
Ossos venenosos
da presa ao teu pescoço
tortuoso como serpentear
Trincando entre meus dentes...

Sai o canto grosso,
indomado do teu calar,
São feras,
se confundem como cobras & vampiros
que nunca vão me deixar...

& no chão noturno que convulsiono
há rastros de uma deusa
cujo pó vem me marcar,
signos de perdição
que como rosas & espinhos,
lábios & presas,
Que agora tenho que zelar...



8 de jul. de 2019

Escritas do Semi-Sono

Alçar ao grau
 de indecência desejada
     ...contaminada poesia...

          incandescência
          encanto
          sem decência

Incontido conteúdo
 na verdade dormente
  a desejar contravenção,

          solene
          sedação
          semântica

Onde se habita
 no espaço zero
  mente & corpo
No nem isto nem aquilo
    sono/vigília

Caminho
 rompimento suave
  que decai em topores,

          topores topázios
          vapores esporos
          topázios topores

Sensação paradoxa
  exaustão euforia
   peso leveza

É a velocidade do nada
 ante-luz diante
  chama rasa
   furta cor de ardor,

          dormência
          indolente
          desrazão


3 de jul. de 2019

...φ...

Vem
 do que não se vê
Colapsa em arte
 encanto
  amor
   ...
& vai

Vem
  expande
   dança
    avança
     copula
      goza
       & some

Teu traço no mundo
 é uma Luz Serena
Nos sonhos assombra
 na filosofia espanta
  na poesia abunda
   na transa consome
Abraço, imã, anzol...

Por entre êxtases em êxtases
 volve & aparece & esvai
Luz de toda Estrela
 que todo homem & mulher são
& também seu nada sideral

Caos
 em (im)perfeita (as)simetria...
Vontade
 que vai
  & volta
   em luz!


1 de jul. de 2019

Ministério Noturno

Divindade Livro Corpo
 te defino
  formo com palavras
Palavras é o ar da carne
 que não mastigamos
Sussurramos murmuramos cantamos

Refluxo vazante da fonte
 musicada em rimas
  dos teus êxtases

Que a-guardo
               gasto
                  gosto

Por de tudo que é negro em ti
 até a luz dos sonhos
  em escuridão recôndita
Onde se revelam perfumes
 inexplorados
& a tensão da explosão
 que traz o som do nada
  discurso falácia
   gemido

Corpo Livro Divindade
 alheia chuva de estrelas
  que da ciência tem diploma
Escrita em céus negros
 do furar do recolhimento
  engendra no templo
   o tempo de amar

Re-velação
  colisão eclipse
Fundamento oco
  da nudez & pudor

Eis nós dois
  ministros investidos
   da missa do hades
& demais coisas...

Vãs & ardentes
 que a noite abrange!