27 de mai. de 2018

#concr&tist@

Amanheci assim
Como se um domingo
caísse em cima de mim =
Meio augusto, meio haroldo
Num campo concretista...
Nem folha de papel
Nem garrafa de vidro
Mas bits em cristal líquido!
Domingo que segue
dormi & acordei
entre o @ e o #.
.......................:.....................

                                               C
                                               O
                                         J A R D I M
                                               P
                                               O
      Hoje sem   cor   por
                                    que
                         o inverno começou...
Tragam as flores de plástico
Sorvam dos corpos seu lastro
                                  de  c a l o r
                                         o  
                                          r
Não tem flor, só ficou espin...

26 de mai. de 2018

22 de mai. de 2018

Você no Azul

Impossível! Sempre assim...
Quando se enche o copo da esperança
seca-se oceanos de promessas
transformadas em tristeza...

Não sei que lei da natureza é essa
que vem repousar, sobre o movimento
do coração que pulsa,
ordens de exílios...

Traça-se distâncias
& não se permite encontros
no tempo, espaço & éter
mas faz sonhar...

& as coincidências que nos envolvem
são apenas para fazer notar
detalhes de tristeza
em frios registros espalhados por aí...

Um olhar vago
um azul sem sombras
falam do vazio
do único laço que nos envolve...

É o grito calado
das bocas fechadas
com sede recíproca
da insaciedade...

& de resto, essa cidade trincada ao meio
de um lado eu, do outro você
& a fissura entre o irreal & o seu contato
separando o céu do azul!

12 de mai. de 2018

Corpo de Baile

Sou um prisioneiro,
aprendendo a dançar...
As grades & os muros
não impedem o movimento...

É o vazio aqui dentro
que me convida,
com volúpia, a percorrê-lo!
É a solidão,
companheira feroz de cela,
que impulsiona meu corpo!
É o silêncio,
que vem de você,
a música que me embala!

9 de mai. de 2018

Albergue-Museu-Açougue

A atmosfera vibra
com um sorriso lascivo
disfarçado de britadeira
& dá ao ambiente irreverência,
Uma mãe exuberante
cheira caracóis plantados na calçada
falos visgos que a filha
não pode conceber,
Por aí passa & desfila
uma gestante travesti
divinizada pelo santo espírito
que a concebeu impossível,
Duvidosas beldades excitantes
são expelidas da boca do formigueiro
obesas nulas idosas
encantam à distância
na forma que seduz a carência,
Ainda é só & já
o meio-dia possesso
pelo ardor frio da manhã
que trinca a pele libido sob o sol sub-rosa,
& por falar em vísceras
ninguém falou
fica tudo no subentendido tédio
da inclemência dos corpos
que migram por um pouco de saúde,
Tudo tende a enganar
que para-além do entrevisto
fica o não proposto desmascarado,
Alberga-se multidões de sentidos
no quase nada imediato da pobreza
da lida vida que se revela
para além da morte dada.

7 de mai. de 2018

Acerca do Dia do Silêncio

Quem descobriu o segredo do universo? O segredo da nação? Da família, do quarteirão, de si mesmo?
Porque eu não sei de nada e é como se eu precisasse disso toda vida, e não preciso!
É a pressão, o tédio, a porraloquice alheia, o sucesso e o fracasso em cada 'im-post-or' disso tudo!
E de repente vemos pairando em todo lugar uma necessidade incrível de algo novo! Mas na verdade não é algo novo, é algo antigo, e que há muito não temos ou nunca tivemos, talvez se chame Silêncio, Sossego, Simplicidade... eu gosto de chamar Serenidade!
Mas o fato é: não precisamos buscar, conquistar, receber a graça, etc., é algo Natural, e como andamos tão artificiais, porque o artifício se tornou a melhor armadura contra este tipo de mundo onde nos inserimos com um clic depois de não lermos os Termos Legais da "vida", achamos que esse artifício faz parte das regras! Não faz!
Sejamos sinceros, sejamos autênticos, sejamos naturais!
Não estou dizendo pra você mudar, ser como eu acho que deve ser, blábláblá mimimi... Não!
Só estou dizendo que EU não sou tanto o que aparento, e procuro descanso desse Não-Ser! Porque não-ser cansa mais do que ser, e o que eu vejo por aqui, na janela do mundo, é muita exaustão... Cansados de todas as formas, com suas insistências, indiretas, murros em ponta de faca, tesões não saciados, redundâncias, contradições, etc.
Então, de minha parte, parto para o descanso... Deixo as imagens falarem... E o céu se ganha de assalto!

6 de mai. de 2018

Δ

Os dias de niilismo
não me levam à opções,
Não há fim do túnel
nem sequer luz,
É a engenharia dos sonhos
refundando desejos
que não passam de soterologia;
No escuro que chega mais cedo,
Nos caminhos sem saída,
No desespero das madrugadas,
se eu calar & não temer
ouço a flauta de Δionisio...
É uma forma de pensar
sem o pesar que todos&tudo me contagiam;
Na dobra do tempo & espaço
que chamam consciência
&u sinto o êxtase
de criar
contra toda essa escuridão!

[&mτ]